O presidente argentino Javier Milei voltou, neste sábado 1º, a ameaçar retirar o seu país do Mercosul. A declaração foi dada na abertura do Congresso.
Segundo defendeu o político da direita, o bloco sul-americano só teria servido para ‘enriquecer o Brasil’ e não teria, na sua visão, contribuído para o desenvolvimento da Argentina.
“O primeiro passo nesta trilha é a oportunidade histórica que temos de entrar em um acordo comercial com os EUA. Para aproveitar esta oportunidade é necessário estar disposto a flexibilizar ou mesmo, se for o caso, sair do Mercosul, que a única coisa que conseguiu desde a sua criação foi enriquecer os grandes industriais brasileiros às custas do empobrecimento dos argentinos”, disse Milei, sem apresentar dados.
Ele celebrava, como se vê, o fato de seu país estar se reaproximando dos Estados Unidos após o retorno de Donald Trump ao poder.
Essa não é a primeira vez que Milei ameaça deixar o Mercosul desde que assumiu o cargo. Em janeiro deste ano, pouco antes do republicano reassumir o comando da Casa Branca, o argentino já havia reacendido a possibilidade. O Mercosul também foi um dos seus constantes alvos de ataque durante a campanha que o levou ao cargo de presidente.
Escândalo das criptos
No discurso deste sábado, Milei voltou a tratar do seu papel do recente no escândalo das criptos, que afetou sua popularidade na Argentina. O político usou parte do discurso para ironizar o episódio.
“O Banco Central roubou 110 bilhões de dólares dos argentinos (643 bilhões de reais). Venham agora falar de esquema de pirâmide“, acusou o direitista.
Acordo com o FMI
No evento, Milei anunciou também que a Argentina está perto de fechar um novo acordo com o FMI, que incluiria um novo empréstimo do fundo ao país. O montante arrecadado serviria, segundo Milei, para “eliminar os controles cambiais ainda este ano”. Ele defendeu que o pagamento da dívida virá “de um maior ajuste fiscal por meio da redução dos gastos públicos”.
O país, apesar do arrocho promovido por Milei e sua motosserra, ainda atravessa uma crise econômica sem precedentes.