Em entrevista concedida ao canal Fórum na plataforma de transmissões audiovisuais YouTube, o jornalista Ricardo Lessa discutiu seu novo livro, “O Primeiro Golpe do Brasil: Como D. Pedro I Fechou a Constituinte, Prolongou o Escravismo e Agravou a Desigualdade Entre Nós” (Editora Máquina de Livros; 1ª edição, 5/6/2024). A análise do autor sobre o fechamento da Assembleia Constituinte revela uma pobreza de pesquisa.
Lessa ignora o fundamento da disputa em andamento no País entre liberais e monarquistas, que buscavam construir uma nação com base nos EUA e na América Espanhola. O autor cita “historiadores modernos” que falam sobre a Independência, mas considera a nação que é hoje e não a que era à época.
O autor também ignora a escravidão nos EUA e a aplicação da política defendida por Lessa na América Espanhola, que levou à implodida da nação. A força das oligarquias regionais impediu a criação de uma grande unidade territorial capaz de impulsionar o desenvolvimento econômico.
Lessa demonstra não ter a menor ideia do que está debatendo, criticando as medidas adotadas por D. Pedro I para contar os mesmos escravagistas que compunham a classe dominante do País. O autor também questiona o que D. Pedro I fez pelo Brasil para ser considerado herói.
A entrevista revela a total ignorância de Lessa no assunto que aspira discutir, reduzindo a história do Brasil a bobagens e atacando a importância da unidade nacional. O autor defende a política fracionista dos demais países da América Latina e ignora a importância da burguesia industrial nos EUA.
Ainda, de maneira ridícula, Lessa reduz uma viagem política a “andando a cavalo”, como se o rapaz não passasse de um playboy vivendo uma vida de prazeres e leviandades. É um ataque grotesco à história do País, sem outro objetivo além de esculhambar um momento histórico importante.