As famílias da Ocupação dos Queixadas estão em alerta total. No final da última semana, um juiz determinou a reintegração de posse contra o território. A saída das famílias deverá ocorrer em até 60 dias.
A decisão da prefeitura de Cajamar (SP) e demais autoridades é um exemplo da exclusão e violência às quais os pobres no Brasil são submetidos. Contrariando as instruções do STF, o plano é realizar o despejo sem qualquer garantia habitacional às vítimas.
“A decisão incorpora e reproduz todos os absurdos argumentos da Prefeitura. Mostrando como os de cima, judiciário, executivo, mercado imobiliário e latifundiários urbanos, estão sempre unidos e alinhados pra ferrar com a vida dos de baixo”, afirma em comunicado o movimento Luta Popular, filiado à CSP-Conlutas.
Neste verdadeiro crime, o prefeito da cidade Kauãn Berto e o Secretário de Habitação Leandro Arantes são apontados como figuras centrais. A dupla não só ignorou o direito à moradia, mas trabalhou para boicotar qualquer possibilidade de acordo.
O Luta Popular explica que Leandro desmarcou por pelo menos três vezes reuniões com o programa Cidade Legal e a Secretarial Nacional das Periferias. Já Kauãn se negou a assinar o ofício para o governo do estado incorporar os Queixadas em programas de moradia
Embora a Ocupação dos Queixadas esteja consolidada na região há mais de seis anos, o poder público prefere mandar pelo menos 100 famílias para o olho da rua e atender a um pedido de reintegração vindo de uma suposta dona do terreno.
“O projeto deles é claro: botar pobre na rua! Deixar crianças, mulheres e idosos vulneráveis e sem lar! Enquanto isso… estão sendo investigados por um escândalo gigantesco de corrupção. É pau no lombo dos pobres, pra encher seus bolsos de dinheiro”, denuncia o comunicado.
Haverá resistência!
Sem ter para onde ir, os moradores da Ocupação dos Queixadas prometem resistir. Uma reunião de organização para a luta será realizada nesta segunda-feira (8), a partir das 19h, no território da Ocupação.
A CSP-Conlutas declara total apoio aos moradores da Ocupação dos Queixadas e estará na linha de frente da luta contra o despejo. Lutar não é crime e moradia digna é um direito que consta na Constituição e por isso deve ser exigido.
Nossa Central também faz um apelo a todos os ativistas e entidades filiadas para manifestar solidariedade à Ocupação dos Queixadas, um exemplo de organização urbana criada pelo esforço único dos trabalhadores.
