Nessa semana, a grande imprensa divulgou a notícia de que o “Brasil” – diga-se, o Ministério de Relações Exteriores – estaria exigindo a libertação de prisioneiros venezuelanos para intermediar um acordo com o regime chavista. Esse desenvolvimento ocorre após o não reconhecimento por parte do imperialismo e seus lacaios do resultado do último pleito na Venezuela. Além da escalada de violência e tentativa de golpe frustradas, organizadas e financiadas pelo imperialismo.
Podemos elencar da seguinte forma as exigências realizadas pelo Itamaraty:
- Liberação dos opositores de Nicolás Maduro para retomar plenamente os acordos com a Venezuela.
- Incluso, os seis opositores de Maduro, apoiadores de Maria Corina Machado, buscaram refúgio na Embaixada da Argentina em Caracas após perseguição do governo do país.
- Após libertação de opositores, permissão para utilizar um avião da FAB para resgatá-los.
Já é bastante peculiar a manutenção de uma embaixada de outro país. Pior ainda é o fato de que o governo federal está assumindo uma postura de intervenção direta na política interna de seu vizinho.
Essa prática é uma inversão da política tradicional do PT, distante do que seria a prática de um partido de esquerda. Quando o partido permite a afirmação dessa política no seu governo, acaba praticando um estelionato politico contra aqueles que o elegeram.
Ferindo a soberania do vizinho por supostas divergências?
As imposições do Itamaraty são inaceitáveis, assim como o não reconhecimento do resultado do último pleito ferem a soberania venezuelana. O Partido dos Trabalhadores está permitindo que a maquina estatal brasileira seja utilizada para atropelar o seu vizinho e parceiro.
Declaradamente a motivação para essa violência seriam supostas divergências políticas de Brasília e Caracas. Essa justificativa em se é falha, demonstrando somente que o governo não expõe sua motivação abertamente.
Terceirização dos crimes
Não restam dúvidas que essa política é criminosa, vemos a beligerância indevida a um parceiro comercial e até político. Essas ações contribuem para o desgaste do governo venezuelano e a política golpista do imperialismo naquele país.
Essa é a grande questão, esse crime beneficia somente o imperialismo, é uma mais uma agressão criminosa deste, mediante terceiros.
Dois pesos duas medidas
Que o governo Lula tenha divergências políticas com as orientações de outras gestões é natural, o problema está no tratamento desigual para situação nesse aspecto similares. Na prática, temos pesos e medidas distintas do governo brasileiro para aqueles que o imperialismo acolhe e aqueles que execra.
A realidade demonstra bem isso, o mesmo governo que, por divergências, faz exigências contra seu vizinho, nação irmã, calou-se perante “Israel” e seu genocídio do povo palestino.