Apesar de ser surpreendente e até mesmo controverso, tendo em vista que já foram condenados mais de mil golpistas envolvidos com o 8 de janeiro, o voto do ministro Luiz Fux a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados compactua com a proximidade com o bolsonarismo apresentado pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) há anos.

Em 2019, durante palestra ao mercado financeiro, o ministro defendeu a agenda econômica do então governo Bolsonaro de forma enfática.

Naquela época, Fux não considerou que suas declarações poderiam gerar conflito tendo em vista que ele poderia ter de julgar ações judiciais relacionadas àquela agenda. Justamente um ato que ele condenou na tarde desta quarta-feira (10), durante leitura do voto para suspender o julgamento do ex-presidente.

Acontece que muitos dos presentes na palestra compunham um setor patronal que financiou a eleição de Flávio Bolsonaro (então no PSL) e eram representados pelo advogado Rodrigo Fux, um dos filhos do ministro.

A Fux Advogados tinha na cartela de clientes o Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), que defende os práticos (profissionais que atuam nos portos para auxiliar os navios no processo de atracamento). O presidente na época, Gustavo Martins, doou R$ 10 mil à campanha de Flávio, assim como Evandro Simas Abi Saab, da Praticagem da Barra, e Dhyogo Henryque Scholz dos Santos, da Baía do Marajó Serviços de Praticagem.

Já Moacyr Antônio Moreira Bezerra, da Federação dos Práticos, deu um pouco mais: R$ 55 mil para contribuir com a eleição do primogênito de Jair Bolsonaro.

Flávio foi eleito em 2018 e segue no Senado.

*Com informações da Carta Capital.

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Last Update: 10/09/2025