Por Ana Oliveira e Felipe Borges
Um empresário de 47 anos foi preso na tarde desta segunda-feira (12) suspeito de matar, com um tiro no peito, o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44, durante uma briga de trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. O crime ocorreu pela manhã, enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo.
Segundo a Polícia Militar, o empresário René da Silva Nogueira Junior se irritou com o caminhão de coleta que ocupava parte da via e exigiu que a motorista liberasse passagem para seu veículo. Testemunhas relataram que René ameaçou “atirar na cara” da condutora caso o caminhão encostasse no carro dele.
Laudemir e outros colegas intervieram para defender a motorista. A discussão escalou até que René sacou uma pistola calibre .380 e disparou contra o trabalhador, atingindo-o na região torácica. O gari foi socorrido e levado ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o crime, o empresário fugiu sem prestar socorro. No local, policiais recolheram dois cartuchos calibre .380 — um deflagrado e outro intacto.
Prisão em academia de luxo
A Polícia Civil identificou o autor dos disparos e o localizou horas depois, enquanto ele treinava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, área nobre de Belo Horizonte. Agentes montaram um cerco para impedir a fuga e o prenderam no local. René foi levado à delegacia vestindo roupas de treino e com o rosto coberto para evitar as câmeras.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do empresário. O espaço segue aberto para manifestação.
O caso será investigado pela Polícia Civil. O empresário prestou depoimento acompanhado de advogados e deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira (13).
Luto e indignação
Laudemir era funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços à prefeitura de Belo Horizonte. Em nota, a administração municipal lamentou o ocorrido e informou que a empresa responsável está oferecendo apoio à família da vítima.
A Localix Serviços Ambientais classificou o episódio como “violência injustificável” e manifestou condolências aos familiares e colegas de trabalho. Laudemir deixa uma filha e demais parentes.
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