Braga Netto está preso preventivamente há cinco meses. A deputada Carla Zambelli será presa nos próximos meses. Braga Netto é general de quatro estrelas, foi ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
É considerado pelos entendidos em assuntos da caserna um dos mais brilhantes militares da sua geração, sempre colocado em primeiro lugar em tudo que disputou durante a formação.
Carla Zambelli recebeu quatro de cada 100 votos que os paulistas deram a candidatos a deputado federal em 2022. Teve 946.244 votos, 200 mil mais do que Eduardo Bolsonaro. Só perdeu em SP para Guilherme Boulos, com 1.001.472 votos.
O general considerado intocável e a deputada mais votada da direita no maior Estado do Brasil foram alcançados pelo sistema de Justiça. O chefe deles no golpe e na construção do fascismo brasileiro também está a caminho da prisão.
Por que esse sistema, que enquadra e prende um general preventivamente por quase meio ano, e que condena a deputada mais votada em SP, em três processos (um na área eleitoral e dois na área criminal), não consegue alcançar milionários que participaram da estrutura do fascismo desde 2018 e financiaram o gabinete do ódio?
Por que grandes empresários investigados desde 2019, em inquéritos relatados pelo Supremo, até hoje estão impunes? Todos impunes. Incluindo os golpistas e os participantes do esquema mafioso dos vampiros da pandemia.
Que poder têm esses empresários, incluindo os que se fantasiavam de verde, para que estejam certos de que escaparão, se o general não escapou e se a deputada mais votada da direita não vai escapar?
O que os empresários do esquema do dinheiro do fascismo têm que Braga Netto e Carla Zambelli não tinham e ainda não têm? Podem perguntar: mas quem são esses caras? A Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário sabem.
São as instituições, com deveres e prerrogativas, que devem dizer, em algum momento, por que pegam generais e deputados, mas não pegam grande empresários do bolsonarismo.
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