O cantor e compositor Flavio Venturini, 75 anos, tem um caminhão de sucessos da MPB. Ele despeja todo esse repertório no show Minha História, que celebra seus 50 anos de carreira. Há músicas de sua trajetória pelas bandas O Terço e 14 Bis, além do Clube da Esquina e da fase solo.
A apresentação já passou pelo Rio de Janeiro, no fim de março, e por São Paulo, em 13 de abril. No dia 26, será a vez de o artista se apresentar em sua terra natal, Belo Horizonte (MG).
Os shows também promovem o lançamento do álbum Minha História, reunindo vários sucessos de Venturini, com a participação de intérpretes de ponta da MPB – já analisado em CartaCapital.
Em São Paulo, Venturini abriu com a canção Natural, composição com Tavinho Moura, um sucesso do 14 Bis. Depois, outro clássico do grupo, Nova Manhã (Venturini, Tavinho Moura e Vermelho). Venturini, então, partiu para a música que inaugura a formação do Clube da Esquina, a inesquecível Para Lennon e McCartney (Fernando Brant, Lô Borges e Marcio Borges).
Depois, mais duas não assinadas por ele, mas hits do universo dos integrantes do Clube da Esquina: Amor de Índio (Beto Guedes e Ronaldo Bastos) e Tudo o que Você Podia Ser (Marcio Borges e Lô Borges).
Em seguida, apresentou Criaturas da Noite (Venturini e Luiz Carlos Sá), faixa-título de grande repercussão do primeiro disco de Venturini gravado com o grupo O Terço, em 1975.
Ele interpretou, então, um dos maiores clássicos da MPB: Nascente (Murilo Antunes e Venturini). A sequência teve Clube da Esquina 2 (Milton Nascimento, Lô Borges e Marcio Borges), Besame (Venturini e Murilo Antunes) e — para delírio do público — Céu de Santo Amaro, inspirada em uma sinfonia de Bach. Foi a hora do lencinho no show.
A canção de amor tem uma gravação primorosa de Venturini com Caetano Veloso, que fez parte da versão da novela Cabocla, da TV Globo, de 2004. A música tocou incessantemente na trama, por ter sido a trilha do principal casal.
Princesa, música seguinte do setlist, é obra de Venturini em parceria com Ronaldo Bastos. Gravada em 1982, em seu primeiro disco solo, foi escrita à época para a esposa, a atriz Cintia Grillo. No ano passado, ela faleceu de câncer. No fim da música, o mineiro caiu em lágrimas.
O show prosseguiu com Todo Azul do Mar (Venturini e Ronaldo Bastos), Noites do Sol (Ronaldo Bastos e Venturini), Quando Você Chegou (Venturini), Uma Velha Canção Rock’n Roll (Venturini, Vermelho e Murilo Antunes) e o sucesso do 14 Bis Linda Juventude (Venturini e Márcio Borges). O bis ficou por conta de Mais uma Vez, que Venturini fez com Renato Russo.
A potente banda da turnê segura bem a apresentação e merece destaque: Torcuato Mariano (guitarra e direção musical), Marcelo Mariano (baixo), Sérgio Melo (bateria), Renato Fonseca (teclados), Marcelo Martins (sax e flauta) e Marquinhos, o Sócio (backing vocals). Para os saudosos, uma oportunidade para ouvir sucessos de todos os tempos.
