Divulgado nesta segunda-feira (17), o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, registrou crescimento de 0,9% em janeiro, segundo o Banco Central.
O resultado supera em três vezes a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava um crescimento de 0,30%, além de ultrapassar o teto de 0,70% esperado por alguns setores do mercado.
O avanço acontece após uma queda de 0,73% em dezembro, indicando um início de ano positivo para a economia.
Para Alex Agostini, economista sênior da Austin Rating, o resultado surpreendeu e pode impactar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). “O Banco Central vai ter que subir os juros de forma mais vigorosa do que se esperava, ou seja, a gente vai retroagir para o nível de 2008, que era 16%”, afirmou. Ele destacou que a política fiscal do governo tem incentivado o consumo, ampliando o crédito público e privado.
Em 2024, o IBC-Br acumula alta de 3,8% em relação ao ano anterior, superando a previsão de 3,7%. Já o PIB oficial, medido pelo IBGE, cresceu 3,4% no mesmo período, somando R$ 11,7 trilhões. Esse foi o maior crescimento anual desde 2021.
Agostini, no entanto, alertou que a inflação pode se tornar um problema estrutural caso não seja controlada. “O governo continua no sentido contrário, fomentando a atividade para dar notícias de bons números da economia, mas ignora a inflação, que pesa no bolso dos brasileiros”, criticou.
A decisão do Copom sobre os juros será acompanhada de perto pelo mercado. Com o avanço da economia e o aumento da inflação, especialistas avaliam que a taxa Selic pode ser reajustada para conter o aquecimento do consumo e evitar impactos negativos a longo prazo.
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