Confrontos entre as novas forças de segurança sírias e combatentes leais ao presidente deposto Bashar al-Assad deixaram mais de 70 mortos em uma província no noroeste do país, anunciou nesta sexta-feira 7 o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

“Mais de 70 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas ou foram capturadas em confrontos sangrentos e emboscadas na costa síria durante os combates”, afirmou na rede social X a ONG, que tem sede no Reino Unido e conta com uma ampla rede de fontes na Síria.

O Observatório destacou que os confrontos na cidade de Jableh e em localidades próximas foram “os mais violentos contra as novas autoridades desde a queda de Assad”.

O ex-presidente, que fugiu para a Rússia após governar o país com mão de ferro por 24 anos, foi deposto em 8 de dezembro por uma aliança de grupos rebeldes islamistas liderada pelo grupo radical Hayat Tahrir al Sham (HTS).

As novas autoridades enfrentam desde então o desafio de restabelecer a segurança no país, cenário de uma guerra civil brutal iniciada em 2011, que já deixou mais de meio milhão de mortos.

Nos últimos dias foram registrados combates na província de Latakia, reduto da minoria alauita do ex-presidente, no noroeste do país.

“Em um ataque bem planejado e premeditado, vários grupos de milicianos de Assad atacaram nossas posições e postos de controle, atingindo um grande número de patrulhas na região de Jableh”, disse Mustafa Kneifati, secretário de Segurança em Latakia.

As ações deixaram mortos e feridos entre suas tropas, acrescentou Kneifati, sem revelar balanço. As forças de segurança “vão restabelecer a estabilidade na região e protegerão os bens do nosso povo”, disse.

A agência estatal de notícias Sana informou que as forças de segurança de Latakia “anunciaram um toque de recolher” até 10h (4h de Brasília) de sexta-feira.

Um toque de recolher geral também foi imposto em Tartus (oeste) e Homs (centro), das 22h de quinta-feira até 10h de sexta-feira.

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Last Update: 07/03/2025