Diversas cidades do interior paulista enfrentam uma explosão de casos de dengue, levando prefeituras a decretarem estado de emergência. Em Jacareí, no Vale do Paraíba, já foram confirmados 850 casos da doença, resultando em quatro mortes. Além disso, há 924 casos suspeitos e 74 ainda sob investigação. Diante desse quadro, a prefeitura decretou estado de emergência, permitindo a adoção de medidas emergenciais, como aquisição de insumos e contratação de serviços essenciais ao combate da epidemia.
São Carlos também enfrenta uma situação grave, com 1.244 casos confirmados e 1.639 em análise. A cidade investiga ainda uma morte possivelmente causada pela doença, além de já ter registrado um caso confirmado de chikungunya.
Outra cidade que decretou emergência foi Votorantim, na região de Sorocaba. O decreto, válido por 90 dias, busca acelerar ações de combate ao mosquito transmissor por meio de mutirões de limpeza, fiscalização de imóveis e campanhas educativas. Até o momento, foram registrados 24 casos, sem mortes, mas as autoridades alertam para o risco de aumento.
O avanço da dengue no Brasil coincide com o período de chuvas intensas, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O inseto se reproduz em água parada, e, embora medidas individuais de prevenção sejam importantes, o combate eficaz depende de ações coordenadas do poder público em áreas de difícil acesso para a população.
Assim como as enchentes, a epidemia de dengue é um problema recorrente que poderia ser resolvido, mas persiste devido à falência dos municípios. A raiz desse impasse está na falta de recursos destinados ao saneamento e ao combate à doença, já que grande parte do orçamento público é drenada pelo pagamento de juros da dívida externa.
O investimento que poderia erradicar um problema tão simples como esse acaba beneficiando os banqueiros internacionais, enquanto a população continua exposta a epidemias evitáveis. Como de costume, os setores mais pobres serão os mais afetados, sofrendo as piores consequências dessa negligência estrutural.
