Estados Unidos e Rússia são alvos de severas críticas da presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), que afirma que ambos os países estão ameaçando juízes e interferindo em suas investigações.
“O direito internacional e a justiça internacional estão ameaçados. Assim como o futuro da humanidade”, acrescentou a presidente do TPI, Tomoko Akane, em reunião com representantes dos 124 países-membros do tribunal em Haia, destacando as “medidas coercitivas, ameaças, pressão e atos de sabotagem” enfrentados por ela.
O tribunal tem sido alvo de maior escrutínio e críticas de determinados setores tanto por sua pauta relativamente vazia como por conta dos mandados de prisão emitidos contra o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O mandado contra Netanyahu, seu ex-ministro da defesa Yoav Gallant e o chefe militar do Hamas foi emitido pelo promotor-chefe do TPI, Karim Khan, em novembro. Os três são acusados de crimes contra a humanidade em conexão com a guerra de quase 14 meses de Israel em Gaza.
E foi justamente o mandado contra os israelenses que levou o senador norte-americano Lindsey Graham a chamar o TPI de “uma piada perigosa” e que o governo sancionaria qualquer um de seus aliados que tentasse ajudar o tribunal a executar o mandado contra Netanyahu.
A presidente do TPI também criticou a Rússia por emitir uma ordem de prisão contra o promotor-chefe do tribunal no ano passado, uma medida retaliatória ao mandado feito contra Putin por supostamente supervisionar a deportação de centenas de crianças da Ucrânia desde a invasão em fevereiro de 2022.
