Após 24 dias, a greve dos professores do Distrito Federal foi encerrada após uma votação apertada realizada nesta quarta-feira (25) pelo sindicato da categoria. A decisão de aceitar a proposta do governo do Distrito Federal (GDF, chefiado por Ibaneis Rocha) gerou uma confusão generalizada e forte oposição de parte dos professores, que se manifestaram contra o fim da paralisação. Apesar do episódio, a crise aponta para uma tendência de radicalização dos educadores, insatisfeitos com a condição da carreira.

Com o fim da paralisação, as aulas serão retomadas nesta quinta-feira (26) em todas as escolas públicas da capital. A greve teve início em 2 de junho, com reivindicações por reajuste salarial, reestruturação da carreira e nomeação de aprovados em concurso público.

O GDF apresentou uma proposta aos professores na última segunda-feira (23), visando o término da greve. A oferta do governo inclui a nomeação de até 3 mil aprovados em concurso público até dezembro de 2025, a prorrogação do concurso atual por mais dois anos, até julho de 2027, e a previsão de um novo concurso com edital para o primeiro semestre de 2026.

Além disso, a proposta do GDF contempla uma nova tabela de titulação a partir de janeiro de 2026, 10% de aumento para especialização ou MBA, 20% para mestrado e 30% para doutorado. Também inclui o pagamento integral dos cortes de ponto via folha suplementar, a atualização de gratificações com os novos percentuais e o estabelecimento de uma mesa de conciliação permanente. O documento, entretanto, não atende ao pedido principal da categoria, que é o reajuste salarial de 19,8%.

Secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Gustavo Rocha afirmou que houve várias tentativas de negociação para chegar ao encerramento da greve. “Conseguimos apresentar uma proposta realista e justa para os dois lados”, disse.

Após o anúncio da votação que decidiu pelo fim da greve, houve confusão entre professores e manifestantes que acompanhavam a assembleia geral. A votação foi considerada “apertada”, e os servidores que votaram pela continuidade da paralisação reivindicaram contra o resultado anunciado pelo sindicato. A Polícia Militar precisou ser acionada para intervir na confusão, que contou com desentendimento e empurrões entre os servidores, demonstrando a insatisfação de uma parcela significativa dos educadores.

Apesar da decisão do sindicato, a crise na educação pública do Distrito Federal não está resolvida. A proposta feita pelo governadr distrital Ibaneis Rocha, mostra uma mudança de postura do governador. Ele havia dito que cortaria o ponto dos professores grevistas para ver “quantos dias eles vão aguentar”. Ibaneis também vinha defendendo que não daria reajustes aos professores neste ano “por uma questão de equilíbrio fiscal”.

A forte oposição ao fim da greve demonstra que, apesar da decisão sindical, uma parcela da categoria não se sente contemplada e busca uma radicalização da luta. A ausência de um reajuste salarial completo, somada às condições de trabalho, mantém o descontentamento, que deve ser impulsionado pelas organizações de luta dos educadores, partidos e demais movimentos de esquerda.

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Last Update: 27/06/2025