Após o bombardeio dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas, realizado na madrugada deste sábado (22), cresce a expectativa sobre a resposta do Irã. O governo de Teerã classificou o ataque como “ultrajante” e prometeu represálias, enquanto autoridades americanas reforçam medidas de segurança interna.
Mehran Kamrava, professor da Universidade de Georgetown no Catar, disse à Al Jazeera que a reação iraniana ainda é imprevisível. “Essa região está cheia de bases americanas; são mais de 40 mil soldados. Uma vez ouvi um comandante iraniano dizer: ‘isso significa que temos 40 mil alvos’”, afirmou o especialista.
Nos Estados Unidos, polícia e autoridades locais entraram em alerta máximo após a ofensiva. Em Washington, o patrulhamento foi ampliado em locais religiosos. Em Nova York, a polícia informou que reforçou a segurança em locais culturais, religiosos e diplomáticos.
O governador do Minnesota, Tim Walz, determinou estado de atenção redobrada. Em Los Angeles, a prefeita Karen Bass confirmou que a polícia intensificou rondas perto de templos e outros pontos sensíveis.
A dúvida que permanece é se o Irã decidirá atacar diretamente as bases americanas espalhadas pelo Oriente Médio — e, se isso acontecer, se a resposta será “calculada”, como no ataque de 2020 após o assassinato do general Qassem Soleimani.
Kamrava destacou que “os iranianos terão que retaliar. Politicamente, não podem simplesmente aceitar em silêncio, como Trump gostaria”.
Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse que os bombardeios violam o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e o Tratado de Não Proliferação Nuclear. “Cada membro da ONU deve estar alarmado diante desse comportamento criminoso, perigoso e fora da lei”, escreveu. Ele afirmou ainda que o Irã “reserva-se o direito de tomar todas as medidas necessárias para defender sua soberania, interesses e população”.
Também por meio da agência semioficial Mehr, o chefe das Forças Armadas iranianas, general Abdolrahim Mousavi, declarou que o povo do Irã “não se renderá a nenhuma agressão”.
