Responder e-mails às 6h da manhã, participar de reuniões marcadas em cima da hora e ser interrompido centenas de vezes por dia já fazem parte da rotina de muitos profissionais.
Segundo um relatório global da Microsoft, essa sobrecarga representa uma nova realidade no mercado de trabalho: a jornada de trabalho infinita.
A pesquisa, intitulada “Repensando a jornada de trabalho infinita”, foi divulgada nesta terça-feira (17) e analisou os hábitos de usuários do Microsoft 365 em 31 países.
Os dados revelam um cenário de exaustão crescente, com profissionais que permanecem ativos até 22h e lidam com uma média de 275 interrupções por dia, uma a cada dois minutos.
Entre os principais gatilhos para esse ritmo estão o excesso de e-mails e reuniões. Em média, cada profissional recebe 117 mensagens por dia, muitas sem utilidade prática.
Além disso, 57% das reuniões não são agendadas previamente, e uma em cada dez é marcada em cima da hora, o que prejudica o foco e a produtividade.
A Microsoft também observou que 40% dos trabalhadores checam e-mails já às 6h da manhã, e o número de reuniões após as 20h aumentou 16% em relação ao ano anterior.
A maioria também segue enviando mensagens fora do horário comercial, com picos de edição em arquivos como PowerPoint nos 10 minutos que antecedem uma reunião.
Essa dinâmica tem impacto direto na saúde mental e bem-estar dos profissionais. Mais da metade (54%) se sente sobrecarregada e 39% relatam exaustão. A falta de clareza nas prioridades e o distanciamento da liderança agravam o cenário.
Para a Microsoft, o problema não é o volume de trabalho, mas a forma como ele é gerido. O relatório propõe o uso estratégico da inteligência artificial para automatizar tarefas repetitivas e liberar tempo para atividades de maior impacto. A chave, segundo o estudo, está em priorizar organização e propósito — e não apenas produtividade.
