A Eve Air Mobility, empresa controlada pela Embraer e com ações listadas na Bolsa de Nova York (NYSE), assinou nesta segunda-feira, 17, um acordo vinculativo com a operadora brasileira Revo e sua controladora, a Omni Helicopters International (OHI), para a venda de até 50 aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL). As informações são do Estadão Conteúdo.
O contrato está avaliado em US$ 250 milhões, o equivalente a aproximadamente R$ 1,35 bilhão na cotação atual. O acordo marca o início da entrada efetiva da Eve no mercado de mobilidade aérea urbana, com previsão de entrega da primeira aeronave no último trimestre de 2027.
O anúncio oficial confirma que a Revo será a primeira operadora comercial dos eVTOLs desenvolvidos pela Eve. O modelo de aeronave está sendo projetado para operações de curta distância em áreas urbanas, com decolagens e pousos verticais. Além do fornecimento dos veículos, o contrato contempla soluções completas de entrada em operação e suporte pós-venda.
A plataforma integrada de serviços inclui o portfólio TechCare, criado pela Eve com foco em eficiência operacional, manutenção e suporte técnico. Esse pacote de soluções será incorporado à operação da Revo, que já atua com uma frota de mais de 400 helicópteros registrados e realiza cerca de 2 mil movimentos aéreos diários na cidade de São Paulo.
Segundo a Eve, o contrato representa um avanço na implementação do modelo de negócios baseado na introdução de aeronaves elétricas como alternativa ao transporte aéreo convencional. A empresa tem apostado na combinação de tecnologia embarcada, operações sustentáveis e integração com infraestrutura urbana para consolidar sua atuação no setor.
“Este contrato com a Revo e a OHI é um passo fundamental para a Eve, demonstrando uma crescente confiança do mercado em nossa tecnologia e modelo operacional”, afirmou o CEO da Eve, Johann Bordais.
De acordo com ele, o avanço da fase conceitual para a execução prática dos eVTOLs reforça o posicionamento estratégico da empresa e contribui para a formação de um ecossistema voltado à mobilidade aérea.
Do lado da operadora, o CEO da Revo, João Welsh, destacou que a escolha pela Eve foi baseada na avaliação técnica do projeto. “Atribuímos a escolha da Eve Air Mobility à maturidade do projeto, à estrutura completa de suporte e à excelência da Embraer no setor aeroespacial”, declarou. Segundo Welsh, a incorporação dos eVTOLs será central para a estratégia da empresa voltada à transformação da mobilidade aérea nas grandes cidades.
A Eve e a Revo afirmam que o acordo prevê a atuação conjunta no desenvolvimento operacional, integrando tecnologia, logística e suporte ao cliente. A proposta é adaptar os eVTOLs ao ambiente urbano brasileiro, considerando aspectos regulatórios, infraestrutura e demanda de mercado.
A Embraer, por meio da Eve, tem ampliado sua presença no segmento de mobilidade aérea urbana com diferentes acordos internacionais, somando compromissos preliminares de venda para centenas de aeronaves em mercados como Estados Unidos, Europa e Ásia. O contrato com a Revo é o primeiro acordo vinculativo anunciado pela empresa com uma operadora brasileira.
A iniciativa ocorre em um momento de expansão dos investimentos globais em eVTOLs, com empresas do setor aéreo e de tecnologia apostando em novos modelos de transporte urbano. A expectativa do setor é que os primeiros voos comerciais com essas aeronaves comecem a operar entre 2025 e 2027, dependendo da certificação das autoridades regulatórias.
A entrada da Revo no mercado de eVTOLs ocorre com o apoio da OHI, holding com atuação em mobilidade aérea na América Latina e em outros mercados emergentes. A OHI tem como foco a oferta de transporte aéreo sob demanda e serviços logísticos para clientes corporativos, com presença relevante em setores como óleo e gás, mineração e energia.
O modelo de negócios da Eve é baseado em três frentes principais: produção das aeronaves, desenvolvimento de software para gestão do tráfego aéreo urbano e oferta de serviços integrados para operadoras. A empresa afirma que os eVTOLs terão emissão zero de carbono e menor impacto sonoro, com capacidade estimada para quatro passageiros mais um piloto.
A entrega da primeira unidade à Revo está prevista para o quarto trimestre de 2027, com a operação inicial em rotas urbanas de alta demanda. A Revo pretende integrar os eVTOLs a seu portfólio de serviços, atualmente concentrado em helicópteros convencionais, ampliando a cobertura e reduzindo custos operacionais.
A formalização do contrato fortalece a posição da Eve como fornecedora de soluções para mobilidade aérea urbana e amplia a presença da Embraer em um mercado com projeções de crescimento expressivo nas próximas décadas. As partes envolvidas ainda não divulgaram o cronograma detalhado de entregas, rotas prioritárias ou a estrutura regulatória prevista para a operação dos eVTOLs no Brasil.
