Carla Zambelli durante manifestações golpistas. Foto: Celso Luix/Futura Press/Estadão Conteúdo

A saída da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) do Brasil, dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, acendeu um sinal de alerta em Brasília. Sem informar seu destino, Zambelli afirmou estar na Europa e disse que se licenciaria do cargo. A situação levou parlamentares a cobrar medidas urgentes para impedir que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também investigado pelo STF, repita o gesto e deixe o país.

Zambelli é acusada de envolvimento nas invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mesmo sob condenação e alvo de críticas, ela viajou ao exterior alegando motivos médicos e prometeu denunciar o que chamou de “perseguição judicial”. O episódio expôs a fragilidade dos mecanismos de controle sobre parlamentares condenados e alimentou o temor de que outros aliados de Bolsonaro sigam o mesmo caminho.

Deputados federais acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o STF para solicitar uma série de medidas cautelares contra Bolsonaro. Entre elas estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de deixar Brasília sem autorização judicial e a restrição de acesso a embaixadas estrangeiras. As ações miram o histórico do ex-presidente, que passou três meses nos Estados Unidos após a derrota em 2022 e foi flagrado recentemente hospedado na embaixada da Hungria, em Brasília.

Para os parlamentares, é preciso impedir que Bolsonaro use brechas legais para escapar de possíveis responsabilizações. “A Justiça precisa agir preventivamente, ou corremos o risco de ver outro agente público fugindo da lei diante dos olhos do país”, disse o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), um dos autores do pedido à PGR. O caso Zambelli se tornou o novo ponto de tensão entre Judiciário e bolsonarismo, num momento em que a investigação sobre a tentativa de golpe avança no STF.

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Last Update: 03/06/2025