A promessa de eliminar o departamento ganha força, mas pesquisas mostram que apenas 17% dos americanos apoiam sua extinção. O que vem a seguir?


Os candidatos presidenciais republicanos frequentemente prometeram abolir o Departamento de Educação. Em 1983, Ronald Reagan disse que ele deveria ser extinto. Mitt Romney prometeu fazer isso acontecer em 2012. Uma década depois, Betsy DeVos, ex-secretária de educação sob o governo Trump, afirmou que seu departamento não deveria existir. E Trump disse que espera que Linda McMahon, sua secretária de educação, “se coloque fora de um emprego”. Ela está pela metade: em 11 de março, a administração anunciou que demitirá mais de 1.300 funcionários, cortando a força de trabalho pela metade.

O Departamento de Educação foi criado em 1979 por Jimmy Carter. Trump diz que abolir o órgão devolverá a educação aos estados, mas eles já controlam a maior parte do que as escolas primárias e secundárias fazem: o departamento de educação só financia cerca de 10% de seus orçamentos.

Então, para que ele serve? Ele desempenha um papel na proteção dos estudantes mais vulneráveis, diz John King, ex-secretário de educação no governo Barack Obama, fornecendo financiamento adicional para alunos pobres e deficientes. Ele também gerencia assistência financeira para mais de 12 milhões de estudantes universitários. Além disso, coleta dados, o que permite que os estados se comparem entre si.

O departamento também supervisiona a aplicação dos direitos civis nas escolas, uma tarefa que Trump parece ansioso para manter. Em fevereiro, o Escritório de Direitos Civis dentro do departamento anunciou investigações em cinco universidades por causa de “assédio antissemita generalizado” nos campi.

Até agora, os cortes ficam aquém do golpe total que Trump prometeu. Isso pode refletir um cálculo político: de acordo com uma pesquisa do The Economist/YouGov, apenas 17% dos americanos querem que o departamento seja eliminado. Mas isso pode não ser o estado final.

O Congresso poderia transferir a administração dos empréstimos estudantis para o Tesouro e o apoio à educação especial para o departamento de saúde, possivelmente reduzindo ambos no processo. Ele então teria realizado o que Reagan não conseguiu e adicionaria mais um ponto à sua lista de promessas cumpridas.


Via The Economist*

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Last Update: 15/03/2025