O presidente do PRTB, Leonardo Branco, usou os nomes do ministro do STF, Alexandre de Moraes, do ex-presidente Michel Temer, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para assumir o controle do partido, que tem Pablo Marçal como candidato. Com informações do colunista Paulo Capelli, do Metrópoles.
Em áudios gravados por um integrante do partido dias antes da eleição interna, Branco mencionou que tinha uma relação próxima com essas figuras políticas. O conteúdo foi incluído em um pedido de afastamento cautelar de Branco, que está em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em sua busca por votos para se tornar o presidente nacional do PRTB, Branco afirmou que Moraes, Temer e Pacheco estavam apoiando sua ascensão ao controle da legenda. Ele ainda alegou ter acesso antecipado a decisões judiciais de Moraes no TSE.
“Você já deve ter ouvido falar de mim porque até a decisão da 8ª [Vara, que derrubou a eleição interna no PRTB] eu pilotei, a decisão do ministro [Alexandre de Moraes]”, disse.
Em seguida, ele reproduz a conversa que teve com um colega: “Eu falei: ‘Adriano, eu vou fazer intervenção’. Ele respondeu: ‘Você é louco, não vai não, nós vamos ganhar’. Até então ele não era comigo, né? Eu falei, ‘sim, vai sair uma decisão quarta-feira que vem, grava bem’. Aí eu mostrei para ele [a decisão do TSE] uma semana antes. Sou um cara bem relacionado”.
🚨BOMBA – Presidente do PRTB, partido de Pablo Marçal, usou o nome de Moraes na briga para assumir o controle da legenda
“Você já deve ter ouvido falar de mim porque até a decisão da 8ª eu pilotei, a decisão do ministro” pic.twitter.com/Sf9PYHj133
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) August 26, 2024
A intervenção mencionada por Leonardo foi assinada por Moraes e publicada em dezembro de 2023, onde o TSE decidiu intervir no partido para resolver as disputas pelo controle da sigla após a morte de Levy Fidelix. Em outro trecho da gravação, Branco relata ter apoio de Temer desde março e compartilha mensagens de texto trocadas com o ex-presidente.
Ainda na gravação, Branco afirma ter uma proximidade com Pacheco: “Amanhã você vai comigo pegar um voo, vamos lá no Rodrigo Pacheco, você vai ver no ‘zap’ dele”. Ele também colocou um interlocutor em contato com o suposto chefe de gabinete de Pacheco, que falou sobre uma “parceria” para fortalecer o PRTB. Contudo, o Portal da Transparência do Senado não registra funcionários com o nome “Jorge” no gabinete de Pacheco em 2023 e 2024, mas indica que Jorge André Souza Periquito, ex-candidato a prefeito de Belo Horizonte, trabalhou lá em 2022.
Branco também teria convocado uma reunião em um hotel em Alphaville, onde teria ameaçado desfiliar membros que não votassem nele, segundo relato de Caio Alexandre Gomes da Silva e Rachel de Carvalho, ex-integrantes do PRTB. Eles alegaram que Branco mostrou uma lista de filiações retroativas que ele mesmo teria feito usando seu suposto vínculo com Alexandre de Moraes.
Em um depoimento à Justiça Eleitoral, Caio Alexandre afirmou que o líder de sigla tinha acesso às senhas do sistema de filiação partidária do PRTB, o que lhe permitiu manipular as filiações. Além disso, Branco teria mostrado uma decisão não publicada pelo TSE, alegando ter influenciado sua emissão. “Branco mostrou uma lista de fundadores, que não eram filiados ao partido antes”, afirmou Caio.