Duas pesquisas recém-divulgadas mostram que a esquerda pode reconquistar dois importantes estados — Rio Grande do Sul e Pernambuco — nas eleições de 2026, com candidatos apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os cenários apontam tanto para o fortalecimento das forças populares e democráticas quanto para o desgaste de governos e de nomes mais alinhados à direita.

No caso do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto (PT), o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tem 38% da preferência dos gaúchos, segundo pesquisa do Instituto Methodus, divulgada nesta terça-feira (19).

Nas eleições de 2022, Pretto obteve 32,26% dos votos (pouco mais de 258.063 mil) e por muito pouco não foi para o segundo turno. O governador Eduardo Leite, então no PSDB, ficou com 32,85% (262.770) e foi ao segundo turno contra o ex-ministro de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL). Tal configuração fez com que a maior parte da esquerda votasse no tucano a fim de barrar o candidato da extrema direita, o que o levou à reeleição.

O segundo nas intenções de voto é o deputado Luciano Zucco (PL), nome do bolsonarismo no estado, com 31,6%. O parlamentar foi um dos que mais procuraram capitalizar sua presença na invasão da mesa diretora da Câmara, no início do mês. Em seguida, vem Juliana Brizola (PDT), com 12,3%.

Já o atual governador Eduardo Leite, hoje no PSD, vê seu sucessor, o vice-governador Gabriel Souza (MDB), amargar a quarta posição, com 7,8%. Embora bem avaliado — com 62% de aprovação, segundo levantamento da Paraná Pesquisas de fevereiro —, o ex-tucano tem feito uma gestão que deixa muito a desejar para 38% da população.

Isso se reflete em outro dado da mesma sondagem feita no início do ano, quando 47% disseram que ele merecia eleger seu sucessor, contra 46% que pensam o contrário.

Em seguida, vem o deputado Covatti Filho (PP), com 5%, e Paula Mascarenhas (PSDB) — que foi sucessora de Leite na prefeitura de Pelotas, cargo para o qual foi eleita e reeleita —, com apenas 1,8%.

De acordo com o instituto, foram feitas 600 entrevistas on line e a amostra foi calibrada com base nas variáveis sexo, idade, escolaridade, renda e região, assegurando a representatividade do eleitorado gaúcho. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Pernambuco

No caso de Pernambuco, o atual prefeito do Recife, João Campos (PSB) está à frente com 57%, segundo a Paraná Pesquisas, refletindo sua alta aprovação na prefeitura da capital pernambucana, onde foi eleito e reeleito com votações consagradoras. Cabe destacar que a gestão do jovem político é aprovada por 76% dos eleitores do Recife, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada no final de 2024.

A atual governadora, Raquel Lyra (PSD), embora bem avaliada — com 51% de aprovação contra 44% de desaprovação —, aparece na segunda colocação, mas com menos da metade de Campos: 24%. Em 2022, quando foi eleita, Raquel obteve 58,7% dos votos, contra Marília Arraes, que ficou com 41,3%.

O estado, com forte tradição de esquerda, deixa os dois principais nomes da direita nas últimas posições. Gilson Machado (PL), ex-ministro de Bolsonaro, fica com apenas 6,2% das intenções de voto — mesmo percentual dos que preferem votar branco ou nulo. Eduardo Moura (Novo), vereador do Recife, amarga 3%.

O levantamento da Paraná Pesquisas ouviu1.510 pessoas em 62 municípios de Pernambuco entre os dias 1º e 5 de agosto e foi divulgada no dia 12. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 20/08/2025