O estado de São Paulo registrou, nos primeiros 23 dias de agosto, 3.175 focos de incêndio. O número alarmante bate um triste recorde histórico, considerando todos os meses de agosto analisados nas cidades paulistas desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais começou as medições dos dados por meio do Programa Queimadas.
Só entre sexta-feira e sábado, São Paulo contabilizou 1.886 focos de incêndio, o maior número já registrado em um dia no estado, sendo quase seis vezes maior que o total registrado durante todos os 31 dias de agosto de 2023, que somaram 352 incêndios.
O índice deste mês, que ainda deve aumentar, ultrapassa inclusive a marca de agosto de 2010, quando foram contabilizados 2.444 focos de fogo em São Paulo. Além disso, o número representa 63,8% do total de 4.973 focos registrados no estado este ano.
Alerta máximo
A onda de incêndios já deixou 48 cidades paulistas em alerta máximo para queimadas. Duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde que o fogo começou, na sexta-feira, segundo o gabinete do governo estadual.
A crise ambiental – provocada por atos criminosos e agravada pela baixa umidade do ar, ventos e as altas temperaturas – afetou os céus de algumas capitais brasileiras. Neste domingo, pelo menos Brasília e Goiânia amanheceram encobertas pela fumaça.
O crescimento dos incêndios não ocorre só em São Paulo e também foram registrados no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia.
De acordo com as autoridades, o cenário é preocupante e “atípico”. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se reuniram com representantes do Ibama, em Brasília, para anunciar medidas sobre o caso.
Investigações
A Polícia Federal também já investiga a ação humana nos biomas, com 31 inquéritos abertos entre Amazônia e Pantanal, e dois em São Paulo.
Neste final de semana, três homens foram presos acusados de causarem incêndios intencionais. Duas das detenções aconteceram em São Paulo e uma em Goiás.
