Um estudo recente desenvolvido pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento e apresentado ao Ministério de Minas e Energia sugere que a energia eólica em alto-mar pode ser uma opção viável para substituir a geração hidrelétrica no Brasil, especialmente diante de secas cada vez mais frequentes que afetam a principal fonte da matriz elétrica do país.
De acordo com o relatório, a energia eólica em alto-mar poderia compensar a variabilidade da produção hidrelétrica durante períodos de baixa nos reservatórios.
O estudo apontou que, ao comparar dados de sete anos, a produção de energia eólica em alto-mar seria superior nos meses mais secos, oferecendo uma “proteção energética” contra a imprevisibilidade hidrelétrica.
“A variabilidade anual da energia eólica em alto-mar seria significativamente inferior à da energia hidrelétrica em grande parte do país,” destaca o documento.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 100 projetos de energia eólica em alto-mar em fase inicial, totalizando aproximadamente 230 gigawatts de potencial.
Estes projetos enfrentam obstáculos significativos, principalmente devido à falta de um marco regulatório específico para o setor, que ainda tramita no Congresso.
O relatório também destaca que os custos iniciais elevados da energia eólica em alto-mar podem diminuir significativamente, tornando-se competitivos em relação a outras fontes renováveis, se forem alcançadas metas de alto volume e condições apropriadas. Isso envolveria, além de mudanças regulatórias, investimentos substanciais em infraestrutura portuária e modernização do sistema de transmissão.
Do ponto de vista ambiental, o Fundo Internacional de Desenvolvimento estima que os impactos seriam moderados no cenário base, mas poderiam ser maiores em cenários de maior penetração dessa fonte de energia, especialmente se a expansão ocorrer no Sul do país, onde há áreas marinhas de significativa importância ecológica ou biológica.
Crédito/Foto: REUTERS/Tom Little