Organizações palestinas de apoio aos prisioneiros denunciaram, nesta terça-feira (2), que o número de palestinos detidos pelas forças de ocupação de “Israel” ultrapassou a marca de 10.800, o maior desde a Segunda Intifada, no ano 2000. Os dados referem-se aos presos mantidos em prisões formais; os sequestrados em campos militares, onde impera o mais absoluto arbítrio, não foram incluídos no levantamento.

Em nota conjunta, as entidades revelaram que 3.629 palestinos encontram-se detidos sob o regime de “prisão administrativa”, instrumento pelo qual o regime sionista mantém prisioneiros por tempo indeterminado, sem acusação formal ou julgamento. Trata-se do número mais alto já registrado nessa categoria, que representa hoje a maior parcela dos encarcerados.

Outros 2.454 palestinos foram classificados como “combatentes ilegais”, designação que também não exige processo judicial e que permite a negação de todos os direitos dos prisioneiros. Esse grupo inclui ainda árabes capturados no Líbano e na Síria, revelando o caráter regional da política de sequestros promovida pela ocupação sionista.

Segundo as organizações, o número de “combatentes ilegais” também é o maior já registrado desde o início da atual ofensiva genocida contra Gaza, o que indica que a prisão de palestinos não apenas aumentou em volume, mas vem sendo usada como arma sistemática de guerra.

As denúncias atingem ainda as condições a que estão submetidos os grupos mais vulneráveis nas prisões sionistas. Atualmente, há 50 mulheres palestinas presas, entre elas duas provenientes da Faixa de Gaza, além de mais de 450 crianças detidas. Relatórios de entidades de direitos humanos apontam que esses grupos vêm sendo alvo de tortura psicológica e física, ameaças e humilhações constantes.

O Escritório de Imprensa dos Prisioneiros Palestinos detalhou que, na prisão de Damon, a administração israelense reduziu o tempo diário de banho de sol para 15 minutos, restrito ao uso do banheiro, mantendo as celas trancadas durante o restante do dia sob o pretexto de “procedimentos de segurança”. As refeições também foram severamente cortadas, agravando ainda mais a situação humanitária.

O mesmo relatório denuncia que, no início da ofensiva de “Israel” contra o Irã, cinco presas palestinas — Islam Shouli, Tasneem Odeh, Lin Misk, Samah Hijjawi e Fatima Jasrawi — foram brutalmente espancadas, isoladas, cuspidas, insultadas e ameaçadas de estupro.

As instituições palestinas renovaram o apelo à comunidade internacional por responsabilização do regime sionista, diante do crescimento vertiginoso do número de prisioneiros, que atinge níveis não vistos em mais de duas décadas. A prisão em massa de palestinos ocorre em meio a uma campanha generalizada de invasões de casas, sequestros arbitrários e repressão violenta em todos os territórios ocupados.

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Last Update: 09/07/2025