O delegado de Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza foi escolhido para ser o próximo secretário-geral da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), com mandato até 2029. A eleição foi realizada no âmbito do comitê executivo da Interpol, mas a indicação deve ser ratificada em novembro em Assembléia Geral da organização.
Urquiza exerce atualmente o cargo de diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, além de ocupar, desde 2021, mandato como vice-presidente para as Américas do Comitê Executivo da Interpol. Também já atuou como diretor adjunto para Comunidades Vulneráveis da organização entre 2018 e 2021.
Urquiza é nascido em São Luís, no Maranhão, e formado em Direito pela Unifor (Universidade de Fortaleza), no Ceará. Ele também possui MBA em Administração Pública pelo IBMEC e pós-graduação em Direito Ambiental pela PUC/SP. Com experiências internacionais, o delegado também realizou cursos de Justiça Criminal na Universidade de Virginia, além de Telecomunicações e Tecnologia da Informação na Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica), em Tóquio, e Gestão e Liderança em Harvard.
Caso a indicação se confirme, Valdecy Urquiza será o primeiro brasileiro a assumir a direção da Interpol.
Urquiza disse que pretende elevar a participação feminina nos cargos de comando do órgão. Até fevereiro de 2024, mulheres eram 43% das representantes da Interpol, mas não chegavam a 10% em postos do alto escalão. O governo brasileiro disse que a indicação representa o reconhecimento da comunidade internacional da competência da PF no combate ao crime.
“A Interpol tem muito a ganhar com a diversidade e a experiência de outros países”, disse ele. “A organização corre o risco de perder credibilidade e legitimidade se se isolar. O que precisamos para o sucesso da Interpol é pluralidade. Precisamos que todos os países se sintam incluídos, que todas as regiões sejam servidas”, disse Urquiza à Reuters numa entrevista em Fevereiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o delegado pela eleição, destacando que é a primeira vez que um candidato de um país do Sul Global vence nesta organização. “Sua indicação mostra a importância da retomada da diplomacia brasileira, o prestígio da Polícia Federal brasileira e a confiança em nosso país para essa importante missão na manutenção da lei e combate ao crime organizado no mundo”, disse Lula.
Rui Costa Pimenta comentou o caso durante a tradicional Análise Política da Semana que vai ao ar todo sábado às 13h pelo canal no You Tube da Causa Operária TV. Para Pimenta, a interferência imperialismo no Brasil tende a aumentar. “Isso aqui mostra também que o trabalho de repressão, investigação e espionagem no Brasil vai aumentar, a serviço do sionismo. O que nós vimos no caso do Hesbolá, do palestino deportado, eles querem impor isso, eles vão atacar a população árabe no Brasil e a esquerda brasileira por causa da questão da Palestina.” Afirma o presidente do PCO.
Apesar do comentário positivo de Lula, a indicação do brasileiro não mostra prestígio da PF no bom sentido. A PF é considerada uma organização de confiança das instituições de repressão do imperialismo.