Para a esquerda pequeno burguesa, a luta política se resume às eleições. Na luta por votos e cargos, são capazes de tudo, inclusive de justificar apoio a qualquer direitista travestido de esquerdista, mesmo alguém como Guilherme Boulos. Virtual candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, o atual deputado federal está novamente desempenhando esse papel nas eleições para a prefeitura da capital paulista. Qualquer crítica ao candidato é encarado como apoio à direita.
O psolista foi responsável pelo golpe de estado de 2016, liderando a ala esquerda do golpe a partir da campanha “Não vai ter Copa”. A evolução deste movimento nos levou aos governos ilegítimos de Temer e Bolsonaro.
Sua ficha corrida não se resume a campanha de 2016 contra o governo Dilma. Boulos é funcionário do Instituto para Reforma das Relações entre Empresa e Estado, o IREE, instituição ligada à Global Americans, ou seja, um escritório da CIA, que abriga golpistas da esquerda e da direita, interferindo na política nacional.
O próprio MTST, movimento onde Guilherme Boulos finge ser uma liderança popular, consta como parceiro do Washington Brazil Office, que como o nome indica, trata-se de uma agência ligada ao imperialismo para intervir em movimentos sociais do Brasil.
Essas claras ligações com o golpismo e o imperialismo já deveriam ser suficientes para a oposição candidatura de Boulos, por parte de qualquer entidade ou indivíduo que seja de fato de esquerda.
Na atual candidatura, o golpista não tenta mais disfarçar sua política direitista. Sua vice é outra aliada do golpe de 2016: Marta Suplicy, que deixou a Secretaria de Relações Internacionais da atual gestão da prefeitura de São Paulo de Ricardo Nunes, do MDB, partido para a qual a própria transferiu-se durante a ofensiva golpista.
Além disso, para não deixar dúvida que se trata de uma candidatura direitista, Guilherme Boulos anunciou o ex – comandante da ROTA, o esquadrão de extermínio da Polícia Militar paulista, Alexandre Gasparian.
Como se não bastasse chamar o comandante das chacinas de Osasco e Barueri, onde a ROTA matou 19 pessoas, em 2015, durante o governo Alckmin, a campanha de Boulos ainda tenta pintar o sujeito como um defensor dos direitos humanos, como se houvesse a possibilidade de comandar esse sinistro esquadrão e defender qualquer direito. Um país que se diz democrático jamais poderia sequer manter um órgão de terror como a ROTA entre as agências governamentais.
A eleição de Guilherme Boulos, a despeito de toda a maquiagem esquerdista, representaria uma volta do comando do PSDB ao estado de São Paulo. Não há qualquer oposição real dessa candidatura à política que já é praticada pela atual prefeitura da cidade.
Como não se trata de uma candidatura de luta, mas sim do imperialismo, se por ventura eleito, terá o pendor de trazer de volta o PSDB ao comando da principal cidade do País.
A esquerda precisa apoiar um programa de luta contra a política de ataques a população da cidade levada adiante por Ricardo Nunes. O apoio a um falso esquerdista para fins de vitória eleitoral desprovida de conteúdo político, sem respaldo popular real, servirá somente para confundir o povo de São Paulo. E do Brasil.