Juan Carlos Pagotto, senador do partido de Milei. Foto: reprodução

O senador argentino Carlos Pagotto, do Partido Libertário, foi acusado de manipular o parecer aprovado pela maioria, visando aprovar a venda de crianças. Durante a leitura, ele afirmou: “Se imporá prisão de 4 a 10 anos a quem receber ou entregar um menor de idade mediante preço, promessa de retribuição ou qualquer tipo de contraprestação, se não resultar em um delito mais severamente punido”. Pagotto continuou: “Fica isento dessa pena o progenitor que entregar seu filho em estado de necessidade”.

A intervenção gerou indignação na oposição. “Não está lendo o parecer, senador Pagotto? Está lendo uma proposta que trouxe e que está em nossas bancadas, mas não é o parecer”, interrompeu a senadora Juliana di Tullio. Pagotto tentou se justificar, alegando que o documento da comissão é apenas “uma guia” e que a discussão ocorre no plenário.

Essa resposta enfureceu ainda mais a oposição. “É estranho o tratamento que deu, como presidente, a um parecer acordado para esta sessão e nos deixar sobre as bancadas modificações que supõe que devemos votar, mas que ninguém sabe ou discutiu”, retrucou Di Tullio.

O debate tornou-se ainda mais tenso quando Pagotto declarou que “há famílias inteiras com oito ou nove filhos, que já deram, como se diz, algum filho, e se nós sancionarmos isso, deixamos o resto da família sem proteção”.

A polêmica girou em torno da modificação do artigo 139 bis do Código Penal. Embora o Senado tenha aprovado a lei em geral por unanimidade, a manobra de Pagotto com o parecer apoiado por Carolina Losada, do partido União Cívica Radical, e Antonio Rodas, do Justicialista, resultou na devolução do expediente à comissão para uma deliberação mais profunda sobre os artigos.

O texto original da comissão não incluía a isenção para pais que “vendiam” filhos por necessidade, mas contemplava a isenção em casos de “situação de vulnerabilidade, ignorância ou faculdades mentais alteradas, exceto em casos com antecedentes relacionados aos artigos deste Capítulo”. A técnica legislativa usada era mais cuidadosa do que a de Pagotto.

Especialistas argumentam que essa redação possa facilitar a busca de menores desaparecidos, que segundo Losada somam 1.777 no país atualmente.

A organização “Militamos la Adopción” usou sua conta no X para denunciar a manobra de Pagotto, afirmando que “circulava uma versão do texto da comissão com modificações que legalizavam a venda de menores de idade”.

Pais membros dessa associação alertaram os senadores sobre a tentativa de aprovar a venda de crianças em meio à repercussão do caso Loan. O dano foi evitado graças à intervenção de legisladores experientes que garantiram que o debate sobre os artigos fosse retomado na comissão, mantendo a aprovação geral por unanimidade.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 06/07/2024