O presidente nacional do PT, Edinho Silva, participou na manhã desta terça-feira (9) da cobertura ao vivo na TvPT do julgamento no STF de Jair Bolsonaro e de suas comparsas na trama golpista. Durante a sua intervenção, Edinho Silva fez um resgate da trama golpista engendrada após as eleições de 2022, quando também reafirmou a sua opinião de que, neste momento, que o país está passando a limpo uma das páginas mais tristes de sua história.
“Primeiro é importante a gente sempre dizer para a sociedade o que é que está sendo apurado. Eu penso que o Brasil passa a limpo nesse momento, talvez uma das páginas mais tristes de sua história. O povo brasileiro escolheu o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, mas nós tivemos os derrotados, aqueles que perderam as eleições, inconformados com o resultado. E começou ali a organização primeiro de uma tentativa de golpe, que se tornou efetivo em 8 de janeiro de 23. E o pior, nós também relatamos o planejamento de assassinatos do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre Morais, que era o presidente do TSE à época”, relembrou.
E completou: “Nós não podemos normalizar e nem banalizar um fato dessa gravidade, porque senão abriremos um precedente na história brasileira, um precedente gravíssimo do ponto de vista jurídico, porque qualquer candidato que for derrotado nas eleições vai se sentir no direito de não aceitar o resultado eleitoral, de planejar um golpe para que o vitorioso não seja diplomado, nem que assuma e ainda, é, nós vamos abrir o precedente daquele que ganhou pode ser assassinado”.
Edinho Silva (@edinhosilva), concedeu entrevista na abertura da transmissão do julgamento de Bolsonaro, retomado nesta terça-feira.
⚖️ No julgamento, o STF analisa as responsabilidades do ex-presidente pelos ataques à democracia em 8 de janeiro de 2023.
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— PT Brasil (@ptbrasil) September 9, 2025
Fortalecimento da democracia
O presidente do PT também reforçou a necessidade de fortalecimento da democracia brasileira. “Nós queremos que a democracia seja forte. Democracia forte significa que a vontade popular prevaleça. Que quem ganhou as eleições tem o direito de assumir e quem perdeu espera a próxima oportunidade. É assim que funciona a democracia. Nós não podemos permitir que no Brasil, aquele que perde a eleição, se sinta no direito de golpe planejado e assassinato planejado”.
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Edinho Silva aproveitou para fazer uma avaliação positiva da mobilização nacional realizada no último domingo, 7 de setembro, em que o PT teve uma grande participação em 26 capitais e mais de 70 cidades do país.
“Primeiro, eu fiquei muito feliz com a resposta do PT, com a resposta dos partidos do campo democrático, com a resposta dos movimentos sociais, com a resposta do movimento popular, do movimento sindical, com a resposta da sociedade democrática organizada. Só não tivemos registro de nenhuma manifestação no Amapá. Nos 25 estados e no Distrito Federal, nós tivemos registro de manifestações. Então foi uma mobilização nacional”, destacou.
Ameaças à soberania nacional
Com relação ao tarifaço e às avaliações impostas pelo governo Trump, Edinho criticou o uso das mesmas como instrumento de coerção para pressão do governo federal e o STF.
“A tarifa nunca foi utilizada como instrumento de coerção, como instrumento de manifestação autoritária, para uma interferência política em outro país. Não há registro na história de que as tarifas comerciais foram utilizadas com esse caráter, como instrumento para oprimir outros países. Então, nós estamos vendo o Trump utilizar a tarifa como instrumento de desorganização da economia mundial. Eu tenho dito que o Trump está semeando a terceira guerra mundial, mas uma terceira guerra mundial que não será bélica, ela será econômica, mas ela é tão nociva e tão destrutiva como uma guerra bélica. Porque os países mais fragilizados terão as suas economias totalmente desorganizadas, setores económicos passando por dificuldades.
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Segundo o presidente do PT, “do ponto de vista diplomático, essa é a maior violência diplomática que o Brasil já sofreu”
“Eu não tenho nenhuma dúvida porque não há registro semelhante. Agora, o Brasil reagiu de forma correta. Ou seja, nós não aceitamos nenhum tipo de ingerência, nós não aceitamos interferência internacional nas nossas instituições. E isso gerou um ambiente de defesa da nossa soberania, de defesa do Brasil enquanto pátria, enquanto uma nação soberana. Então, eu penso que o povo brasileiro se posicionou corretamente. O governo do presidente Lula se funcionou. E nesse embate, não há outra saída senão a nossa vitória”, ressaltou Edinho.
Da Redação