O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins. Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou a entrar em confronto nesta quarta-feira (16) com o advogado Jeffrey Chiquini, defensor do ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins.

Durante a audiência de oitiva das testemunhas de defesa, Moraes interrompeu os questionamentos feitos por Chiquini ao ex-ministro Gonçalves Dias, alegando que o advogado havia adotado um “tom acusatório” contra a testemunha.

Ao repreender o advogado, Moraes afirmou que as perguntas feitas configuravam acusações contra uma autoridade. O ministro disse que Chiquini já havia demonstrado o mesmo comportamento nas oitivas de terça-feira (15), quando insinuou condutas envolvendo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Moraes declarou ter enviado um ofício a Tarcísio relatando o ocorrido.

Chiquini, então, questionou por que Gonçalves Dias não poderia responder se recebeu informações da Abin na véspera do 8 de Janeiro. Moraes respondeu que essa informação já havia sido prestada anteriormente e, diante da insistência do advogado, cortou seu microfone.

“O senhor cassou a minha palavra?”, perguntou Chiquini. “Cassei a palavra”, respondeu Moraes, passando a vez ao advogado Eduardo Kuntz, defensor do réu Marcelo Câmara. Chiquini não concordou com a decisão do ministro e levou as mãos ao rosto.

O embate entre os dois não é inédito. Na última segunda-feira (14), Moraes já havia se exaltado durante outra sessão e chegou a dizer para o advogado se calar: “Doutor, enquanto eu falo o senhor fica quieto”, disparou o ministro.

Nas redes sociais, Chiquini afirmou que vai acionar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para denunciar “violação de seus direitos como advogado”. No vídeo, ele acusa Moraes de ter “passado dos limites” ao silenciar seu microfone.

“Núcleo 4”

Enquanto Moraes conduzia os trabalhos do núcleo 2 nesta quarta-feira, a juíza auxiliar Luciana Sorrentino ficou responsável pelas oitivas do “núcleo 4” da trama golpista, que reúne réus acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de disseminar desinformação sobre as eleições.

As testemunhas foram questionadas sobre o uso do sistema FirstMile pela Abin e sobre o relatório elaborado pelas Forças Armadas a convite do TSE.

São réus nesse núcleo Ailton Moraes Barros (ex-major do Exército); Ângelo Denicoli (major da reserva do Exército); Giancarlo Rodrigues (subtenente do Exército); Guilherme Almeida (tenente-coronel do Exército); Reginaldo Abreu (coronel do Exército); Marcelo Bormevet (agente da Polícia Federal); e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).

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Last Update: 16/07/2025