Foto: Maria Olívia 

Por Juliana Rodrigues e Agatha Azevedo
Da Página do MST

O projeto Mãos Solidárias, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o MEC, o Governo Federal, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e diversos coletivos territoriais, deu início a uma importante mobilização pela alfabetização popular no estado. Entre os dias 1 e 4 de agosto, foi realizada, em Sarzedo, a Formação Estadual da Jornada de Alfabetização de Jovens e Adultos nas Periferias, reunindo 175 educadores populares que atuarão diretamente em seus próprios territórios.

A Jornada de Alfabetização tem como objetivo alfabetizar em torno de 3.500 pessoas em Minas Gerais ainda em 2025. A iniciativa será desenvolvida em comunidades periféricas de diversas regiões do estado, como o Vale do Jequitinhonha, o Vale do Mucuri, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, entre outras localidades que enfrentam desafios históricos no acesso à educação.

Mais do que um método, a alfabetização através do Sim, eu posso é uma ação coletiva. “Falar do método é falar de uma potente ferramenta de formação e emancipação, principalmente nas periferias. O método tem sua eficácia porque respeita o tempo do aprendizado e constrói com quem teve seus direitos negados”, contextualiza Pollyana, coordenadora pedagógica do projeto.

Um dos grandes diferenciais da Jornada é o protagonismo dos educadores: são moradores dos próprios territórios, pessoas engajadas e comprometidas com a transformação de suas comunidades por meio da educação popular.

Foto: Maria Olívia 

As atividades pedagógicas serão guiadas pelo método cubano Sim, Eu Posso, que já foi aplicado com sucesso em diversos países como Cuba, Nicarágua e Venezuela, além de experiências anteriores no Brasil. O método é reconhecido por sua eficácia e prevê a alfabetização de jovens e adultos em 4 a 5 meses, com uma metodologia acessível e integrada à realidade local.

Mais do que um processo de ensino da leitura e da escrita, a Jornada representa uma ação concreta de promoção de direitos, autonomia e dignidade para milhares de pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar ao longo da vida. A alfabetização, nesse contexto, é também ferramenta de organização popular e transformação social.

Com o início da formação, o projeto Mãos Solidárias reafirma seu compromisso com a educação como prática de liberdade e com a construção de um país mais justo a partir das periferias.

*Editado por Fernanda Alcântara

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Last Update: 05/08/2025