O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi disse nesta segunda-feira (8) aos parlamentares da CPMI do INSS que as denúncias sobre as fraudes nos descontos dos salários e pensões foram arquivadas no governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Em 2020, a Polícia Federal (PF) teve uma denúncia de, inclusive, pessoas que trabalhavam dentro do INSS. Abriu investigação e, simplesmente, arquivou-a”, disse Lupi.

Ele assegurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só foi informado sobre o problema no dia da operação deflagrada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A ação desarticulou a quadrilha que roubou R$ 6,3 bilhões de aposentados.

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Antes disso, Lupi explicou que uma série de medidas foi tomada. “Essa ação da Polícia Federal com a CGU teve origem, a base de tudo começou na ação do Ministério da Previdência Social e da ouvidoria, que alimentou esse processo de informação para que a Polícia Federal pudesse agir como está agindo até hoje – ainda não está concluído o processo – e pudesse também tomar as providências que estão sendo tomadas”, disse.

“Nunca tivemos a capacidade de dimensionar o tamanho, o volume que esses criminosos fizeram no INSS. Isso só foi possível depois que a Polícia Federal investigou para valer, quando ela não arquivou”, afirma.

Questionado pelo relator bolsonarista Alfredo Gaspar (União-AL), que buscava relacioná-lo com os principais envolvidos no esquema, o ex-ministro foi firme nas respostas: “Eu não sou denunciado, não sou citado, foram feitas dezenas de investigações, foram feitos dezenas de depoimentos, meu nome sequer é citado”, assegura.

“A gente tinha a denúncia de coisas específicas bem menores. Agora são dezenas, milhões até. Isso eu não tinha noção. Só fui começar a tomar noção disso a partir de, pela primeira vez, a PF fazer a investigação e colocar isso à tona”, explica.

Origem do esquema

Deputados da base do governo na CPMI elogiaram o depoimento de Lupi que está previsto para terminar na madrugada desta terça-feira (9).

Para eles, os fatos são claros: o esquema nasceu no governo Bolsonaro. Entre 2021 e 2022, entidades como Ambec, Conafer, Amar Brasil foram cadastradas sem fiscalização.

No período, alertas do Ministério Público Federal (MPF), Procon e Controlatoria-Geral da União (CGU) foram ignorados. E foi no governo Lula que a verdade veio à tona: a CGU abriu auditorias, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, o governo levou ao STF um plano de ressarcimento.

O resultado foi mais de dois milhões de aposentados que receberam de volta o que perderam, sendo R$ 1 bilhão devolvido.

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Last Update: 08/09/2025