Ao assumir a presidência do Mercosul, Lula cita fortalecimento do comércio, mudança do clima e promoção da transição energética, desenvolvimento tecnológico, combate ao crime organizado e defesa dos direitos sociais como desafios
Ao encerrar sua participação na Cúpula do Mercosul e assumir a presidência do bloco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou aos países membros e parceiros que “cabe somente a nós decidirmos de seremos grande ou pequenos”. O presidente destacou ainda o desafio do Brasil de sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas, em novembro, no Pará, e pediu apoio. “O Brasil assumiu a responsabilidade de sediar a COP30 em um momento de graves turbulências para o multilateralismo. O apoio do Mercosul e de toda a América do Sul será imprescindível.”
Lula assinalou a adoção de declarações pelo Mercosul e o compromisso da presidência brasileira.
“Estudaremos com afinco a possibilidade de criar uma agência contra a criminalidade organizada transnacional, como proposto pela Argentina. Também daremos seguimento à Declaração sobre Integração e Segurança Energética”, disse. E enfatizou a crítica do bloco à exploração unilateral de recursos naturais nas Ilhas Malvinas – sob controle do Reino Unido. “Sinaliza que a América do Sul não permanecerá à parte na corrida global por fontes de energia”. observou.
O seu discurso final, o chefe de Estado brasileiro reforçou ainda os cinco desafios prioritários da presidência brasileira do Mercosul pelos próximos seis meses:
1 – Fortalecimento do comércio entre nós e com parceiros externos.
2 – Enfrentamento da mudança do clima e à promoção da transição energética.
3 – Desenvolvimento tecnológico.
4 – Combate ao crime organizado.
5 – Promoção dos direitos de nossos cidadãos.
“Precisamos enfrentá-los unidos”, finalizou.
Discurso do presidente Lula no encerramento da 66ª Cúpula do Mercosul
Quero agradecer a presidência argentina pelo trabalho desenvolvido ao longo desses meses.
O próximo semestre será um período de muito trabalho.
O Brasil assumiu a responsabilidade de sediar a COP30 em um momento de graves turbulências para o multilateralismo.
O apoio do MERCOSUL e de toda a América do Sul será imprescindível.
Já tive a oportunidade de apresentar, em minha intervenção, as cinco prioridades da presidência brasileira.
Vamos trabalhar para:
1) Fortalecer o comércio intrabloco e com parceiros externos;
2) Avançar no enfrentamento à mudança do clima e na transição energética;
3) Promover o desenvolvimento tecnológico da região;
4) Combater o crime organizado transnacional; e
5) Fortalecer os direitos dos nossos cidadãos, com participação social.
Foram adotadas aqui em Buenos Aires declarações importantes, que a presidência brasileira se compromete a retomar e aprofundar.
Estudaremos com afinco a possibilidade de criar uma agência contra a criminalidade organizada transnacional, como proposto pela Argentina.
Também daremos seguimento à Declaração sobre Integração e Segurança Energética.
A exploração unilateral de recursos naturais nas Malvinas, que condenamos hoje, sinaliza que a América do Sul não permanecerá à parte na corrida global por fontes de energia.
Precisamos enfrentá-la unidos.
Como disse na reunião do Foro CELAC-China, em Pequim, cabe somente a nós mesmos decidir se seremos grandes ou pequenos.
Temos tudo para desempenhar um grande papel na construção de um mundo mais justo e sustentável.
Muito obrigado.
Publicado originalmente pela Agência Gov em 03/07/2025
Por Paulo Donizetti de Souza