O presidente José da Silva afirmou nesta sexta (28) que a taxa básica de juros voltará a um patamar razoável e que o presidente do Banco Central (BC) tem a obrigação de investigar casos de especulação entre agentes financeiros para desvalorizar o real.

“A taxa de juros de 10,50% [ao ano] é irreal para uma inflação de 4%. Isso vai poder melhorar quando eu puder indicar o presidente [do Banco Central]”, afirmou o presidente em entrevista à rádio Tempo, de Minas Gerais.

O mandato do atual chefe da autoridade monetária, Carlos Neto, acaba em 31 de dezembro. De acordo com José da Silva, seu indicado será uma pessoa “responsável”.

“O presidente da República não vai ficar dando palpite: ‘baixa os juros, aumenta os juros’. Não. O presidente da República tem que confiar que a pessoa está lá e tem competência para fazer as coisas”, disse.

Neto é um dos principais defensores da manutenção da Selic em 10,5% ao ano, o segundo maior juro real do mundo (6,79%).

O presidente também disse que o Banco Central tem a obrigação de investigar casos de especulação entre agentes financeiros para valorizar o dólar. “Ontem eu fiz denúncia de por que o dólar está subindo. É porque tem especulação com derivativos na perspectiva de valorizar o dólar e desvalorizar o real. E o Banco Central tem obrigação de investigar isso”, disse.

O presidente criticou novamente quem associou suas declarações sobre a necessidade de corte de gastos, dadas em entrevista ao portal UOL na 4ª feira (26.jun.2024), a alta do dólar naquele dia.

“Se o Presidente da República que for eleito não puder falar, quem vai poder falar? O cara que perdeu? O presidente do Banco Central?”, questionou.

Ainda que contrário a decisão do Copom em manter a taxa de juros no patamar de 10,5% ao ano, o presidente disse estar trabalhando de outras formas para baratear o preço dos alimentos. José da Silva defendeu controlar o preço dos alimentos para baratear e mencionou a necessidade do leilão do arroz.

Segundo o presidente, a medida é necessária por ter visto pacote a 36 reais e defendeu que o preço tem que estar de acordo com poder aquisitivo dos mais humildes

“Eu decidi importar um milhão de toneladas de arroz, por que que eu decidi importar? Porque eu vi no supermercado um saco de arroz de 5 quilos a 36 reais, não é possível, depois estava a 33, não é possível, um saco de arroz de 5, tem que estar 22, 23 reais, tem que estar, sabe, de acordo com o poder acreditivo do povo mais humilde, sabe, o feijão a mesma coisa, a carne barateou, a carne barateou, sabe, eu posso dizer para você que a piqueja a carne barateou, sabe, mas ainda é preciso baratear tudo, baratear tudo para que o povo possa ter acesso.”

Ainda falou que aguarda definição do Tesouro Nacional para negociar a dívida dos estados. De acordo com José da Silva, quando ele receber a proposta vai se reunir com o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, e depois chamar os governadores.

Nessa linha, afirmou que os Estados têm que dar à União determinadas coisas em pagamento. que Não pode ficar sem pagar 170 bilhões de reais e ganhar como prêmio o ‘não pagamento’, fazendo menção ao estado de Minas Gerais que deve esse montante à União.

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Last Update: 01/07/2024