O governo de Israel aprovou proposta de acordo para cessar-fogo com o Líbano, após o aval do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Segundo detalhes divulgados, o Líbano vai implementar forças de segurança oficiais e tropas do exército ao longo de todas as fronteiras, pontos de passagem e a linha designada da região sul, conforme descrito no plano de implantação.
O texto de cessar-fogo destaca o fechamento de instalações de produção de armas não autorizadas, infraestrutura e locais militares, ao mesmo tempo em que a venda de armas, suprimentos, produções ou materiais relacionados a armas no Líbano será supervisionada pelo governo libanês.
O acordo afirma que Israel irá se retirar gradualmente do sul da Linha Sul dentro de 60 dias, mas que as obrigações do acordo de cessar-fogo não negam o direito de Israel ou do Líbano de exercer seu direito à autodefesa.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse que o governo terá “tolerância zero” a “qualquer coisa que considere uma infração” sobre o acordo.
“Qualquer casa no sul do Líbano que for reconstruída e estabelecida como uma base terrorista será destruída, todo armamento e reagrupamento terrorista será atingido, toda tentativa de contrabando de armas será frustrada e qualquer ameaça às nossas forças ou aos cidadãos israelenses será destruída imediatamente”, disse Katz.
Acordo “enfraquecido”
O ex-embaixador e cônsul-geral de Israel, Alon Pinkas, afirma que o anúncio parece “muito frágil” por parecer “muito difícil de manter e sustentar no longo prazo”, ao mesmo tempo em que as cláusulas do acordo são “inexequíveis”.
“Ele pressupõe que o exército libanês supervisionará a fabricação, as vendas e a transferência de armas no Líbano — e isso é uma impossibilidade”, disse ele. “Todos sabemos que o exército libanês sempre evitou qualquer tipo de confronto com o Hezbollah”.
Antes do acordo, bombardeios
As forças militares de Israel realizaram diversos ataques aéreos em todo o Líbano, com foco no subúrbio sul da capital Beirute, em meio a conversas em torno de um cessar-fogo para dar fim à guerra.
Segundo o Centro de Operações de Emergência de Saúde Pública, afiliado ao Ministério da Saúde Pública do Líbano, o ataque aéreo israelense no bairro de Nweiry, em Beirute, resultou na morte de sete pessoas e ferimentos em outras 37, enquanto as equipes de resgate continuam a limpar os escombros na busca por possíveis sobreviventes.