A publicação de um artigo na revista britânica The Economist, em 29 de junho, sob o título O presidente do Brasil está perdendo influência no exterior e está impopular em casa, expressa com clareza posicionamento do imperialismo diante do governo Lula. A revista — tradicional porta-voz do grande capital— redige um verdadeiro necrológio político do terceiro mandato do petista, sem oferecer qualquer margem para reorientação ou redenção.
O artigo, ao atacar Lula por seu “isolamento internacional” e seu “fracasso doméstico”, apresenta o governo como carta fora do baralho. Não há, na matéria, nenhuma ponderação sobre uma possível mudança de curso. Pelo contrário: a Economist trata o governo Lula como um ciclo encerrado. Uma figura que, segundo eles, perdeu o bonde da história, que não soube “se adaptar a um mundo mudado”.
A burguesia “democrática”, que setores da esquerda acreditavam ser um fiador do governo Lula, demonstra que jamais foi aliada de fato. Ao contrário, o imperialismo vê no governo atual um obstáculo para seus planos estratégicos, especialmente no momento em que se intensificam os conflitos internacionais.
O artigo se utiliza de diversos exemplos para justificar a rejeição ao governo Lula:
No plano interno, a matéria aponta com satisfação o enfraquecimento do governo: queda de popularidade, crescimento da direita, isolamento parlamentar e a recente derrota no Congresso com a derrubada do decreto sobre impostos. A conclusão da revista é clara: Lula não tem apoio internacional, está perdendo apoio popular e já não conta sequer com respaldo institucional. Um governo inviável, prestes a ser descartado.
Essa análise tem uma função política: orientar os setores dominantes no Brasil e no exterior no sentido de que o ciclo do lulismo acabou. A Economist está sinalizando à direita brasileira que o momento é propício para retomar o poder em 2026, como deixa claro ao falar do bolsonarismo e da falta de um sucessor claro para Bolsonaro.
A reportagem é um aviso: o imperialismo não é aliado. Ele é inimigo — e, como inimigo, age para destruir tudo o que não se submete completamente aos seus interesses.