O governo federal agiu rápido e prestou assistência imediata às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul entre os dias 14 e 21 de junho, que afetaram 123 municípios e mais de 100 mil pessoas. O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) foi acionado por 50 municípios, sendo que 20 decretaram situação de emergência.
“O presidente Lula já garantiu recursos, da mesma forma que no ano passado. Eu posso reafirmar que recursos estão garantidos dentro da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil”, informou o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, que foi ao RS, visitou cidades atingidas e acompanhou a entrega de obras nos municípios que receberam recursos para reconstrução após as enchentes de 2024.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu 54 alertas de risco de 16 a 21 de junho. Cerca de oito mil pessoas estão em abrigos ou desalojadas e três óbitos foram confirmados.
Diante da previsão de eventos climáticos extremos identificados no início da semana passada, a Defesa Civil Nacional imediatamente articulou estratégias de mitigação e resposta com órgãos federais e estaduais.
“Todos os dias, às 9h, realizamos reuniões de briefing para atualizar os prognósticos e definir as ações necessárias para mitigar os impactos dos desastres”, afirmou o coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres, Tiago Schnorr.
O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) colocou a equipe de prontidão e disponibilizou, por meio de reunião, todas as orientações necessárias aos municípios sobre como solicitar o reconhecimento federal de situação de emergência, além de auxiliar na elaboração dos planos de trabalho para acesso à ajuda humanitária.
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Participaram da reunião representantes do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Serviço Geológico do Brasil (SGB), além de defesas civis estaduais e outras instituições que integram o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Pimenta cobra do estado e prefeituras
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), presidente do PT, visitou algumas áreas atingidas e questionou a morosidade, por parte das esferas estadual e municipal, na reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes do ano passado.
“Um ano depois, as famílias do bairro Sarandi, em Porto Alegre, ainda aguardam soluções definitivas. A população tem razão em cobrar. Já passou da hora das obras sendo realizadas”, publicou Pimenta em seu perfil na rede X, junto com vídeo dele em algumas regiões alagadas, dialogando com os moradores.
“O que é de responsabilidade da prefeitura, nós vamos responsabilizar a prefeitura. O que for de responsabilidade do governo do estado, vamos cobrar do governo do estado. Ouvir os moradores é fundamental, porque ninguém melhor do que eles. Já passou um ano. É absolutamente natural que as pessoas estejam indignadas, elas tem todo direito de cobrar”, afirmou o deputado no vídeo, alertando para várias obras que já deveriam ter sido feitas com os recursos disponibilizados.
Um ano depois, as famílias do bairro Sarandi, em Porto Alegre,ainda aguardam soluções definitivas. A população tem razão em cobrar. Já passou da hora das obras serem executadas. pic.twitter.com/xUnhtSRkBv
— Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) June 19, 2025
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) alertou que as novas enchentes são fruto do negacionismo e da negligência do Estado e afirmou ser inadmissível que, após um ano da maior tragédia climática da história do estado e com todo o investimento enviado pelo governo federal, a principal medida de prevenção da Prefeitura de Porto Alegre “ainda seja empilhar 200 sacos de argila para tentar conter a água. Será que isso foi ensinado na Holanda, Melo?”, questionou Rosário.
“Não reconhecer os erros é repeti-los. Até quando vão afogar a nossa gente e os seus sonhos? Não faltaram investimentos. Faltaram ações. Mais uma vez, o povo gaúcho vive a dor e o abandono”, postou Rosário na rede X, ao destacar que as enchentes atingem a população mais vulnerável.
Governo federal fez sua parte
Em vídeo nas redes sociais, a deputada lembrou que o governo federal destinou R$ 111 bilhões ao estado com as enchentes de 2024 e cerca de R$ 6 bilhões para a construção do novo dique do Sarandi.
“No entanto, esses recursos não foram utilizados devidamente, para alguns não tem sequer projeto, e aquele trabalho cotidiano de limpeza, desassoreamento, não foi feito. Nas eleições de 2024 falamos que tinha que fazer o básico, garantir a manutenção e fazer a construção de novas estratégias de proteção”, lamentou.
Há no estado, segundo Rosário, uma linha política e ideológica ligada à lógica da privatização, que ataca os serviços públicos e não valoriza um planejamento debatido com a cidade, pesquisadores, autoridades locais. “Eles não chamam a sociedade, a inteligência local a se mobilizar em uma atitude preventiva”, sublinhou.
Não reconhecer os erros é repeti-los.
As novas enchentes são fruto do negacionismo e da negligência do Estado. Até quando vão afogar a nossa gente e os seus sonhos?
Não faltaram investimentos. Faltaram ações.
Mais uma vez, o povo gaúcho vive a dor e o abandono. pic.twitter.com/oDI8euT806— Maria do Rosário (@mariadorosario) June 20, 2025
Da Redação, com informações da Agência Brasil