O Exército confirmou a abertura de apuração interna sobre o possível uso de veículos pertencentes à Força por pessoas envolvidas na suposta trama golpista após as eleições de 2022.
Os militares confirmaram à Folha de S.Paulo que abriram procedimento administrativo após a Polícia Federal apontar que um carro Fiat Palio, pertencente ao 1º Batalhão de Ações de Comandos (BAC), foi de Goiânia a Brasília – e depois retornou – na noite em que, segundo as investigações, suspeitos planejavam assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O carro, de acordo com a Polícia Federal, percorreu a BR-060, entre a capital goiana (onde fica a sede do BAC) e a capital federal junto de outro veículo, pertencente a Rafael de Oliveira, um dos identificados e acusados de envolvimento no plano de assassinato do ministro.
As viagens aconteceram entre a noite de 15 de dezembro de 2022 (data marcada para a tentativa de execução de Moraes, depois cancelada) e a madrugada seguinte. As pessoas que estavam no carro do Exército (pelas imagens é possível ver ao menos duas) não foram identificadas.
A investigação da Polícia Federal aponta que pelo menos outros seis veículos das Forças Armadas percorreram o trajeto entre Goiânia e Brasília na mesma época. À Folha, o Exército informou que apura os motivos das viagens e os ocupantes dos carros.
A suposta trama golpista capitaneada pelo general da reserva Mário Fernandes previa, ainda, o uso de armamento exclusivo das Forças Armadas para realizar os ataques. Entretanto, conforme noticiou a Folha, não foi identificada movimentação indevida de armamento ou munição nos quarteis de Goiânia.