Três cidadãos búlgaros, ligados a grupos de extrema-esquerda, foram presos sob suspeita de vandalizarem o Museu Shoah em Paris, em maio deste ano. As autoridades anunciaram as detenções nesta sexta-feira (26). Dois dos suspeitos foram capturados na Bulgária no dia anterior, em uma operação conjunta entre a Agência de Segurança Nacional Búlgara (DANS) e o Ministério do Interior. Um foi detido na capital, Sofia, e o outro na cidade de Blagoevgrad, no sudoeste do país. O terceiro suspeito foi preso na Croácia, segundo a Radio Free Europe.
Os três são acusados de vandalizar o museu na madrugada de 14 de maio, pintando 35 mãos vermelhas no Muro dos Justos, que homenageia 3.900 homens e mulheres que ajudaram a salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo a DANS, as autoridades francesas haviam emitido um mandado de prisão europeu em 19 de julho, acusando os suspeitos de participação em um grupo criminoso organizado e danos a propriedade com motivações políticas e ideológicas.
A Procuradoria de Paris iniciou uma investigação judicial logo após o incidente, seguindo o rastro dos três suspeitos, que fugiram para o exterior. A investigação revelou que os suspeitos se hospedaram em um hotel em Paris antes de viajar para a Bélgica, com as reservas feitas a partir da Bulgária.
As autoridades estão investigando se o vandalismo foi coordenado por grupos extremistas, após um incidente similar em outubro passado, quando dois moldavos admitiram ter pintado Estrelas de David em propriedades em Paris.
A França acusou uma campanha de desinformação de amplificar o impacto do grafite nas redes sociais, uma alegação que a embaixada russa em Paris condenou como “tentativas infundadas” de estabelecer uma conexão com a Rússia.
As mãos vermelhas pintadas no memorial simbolizavam mãos manchadas de sangue e faziam referência ao massacre de Israel contra palestinos em Gaza, designado como organização terrorista pelos EUA e pelo Reino Unido.
A resposta israelense gerou numerosos protestos em países ocidentais por grupos pró-palestinos, que destacaram o elevado número de mortes palestinas e as condições dos refugiados.