O jornalista Jamil Chade, um dos maiores correspondentes internacionais do País, contou em entrevista ao jornalista Luis Nassif, no canal de Youtube TVGGN, um ataque que seu filho mais novo sofreu morando uma temporada nos Estados Unidos.

Segundo Chade, numa disputa de bola, o garoto ouviu de um nativo que ele deveria ser “deportado”. Segundo o jornalista, o episódio é um entre tantos que mostram como os Estados Unidos disseminam ódio direcionado a latidos e “institucionalizaram a xenofobia como política pública”.

“Isso [ataques xenofóbicos] acontece nos EUA. Mesmo numa cidade como Nova York, uma cidade progressista, democrata, multicultural. Eles [os filhos] estavam numa escola bacana, ou seja, não tinha nada que indicasse que ali era um local ‘ameaçador’ para aqueles dois latinos. O inglês deles é perfeito, eles falam francês. Não era uma situação na qual nem nós, os pais, estávamos preparados. E aí, de repente, um dia o menor chegou em casa chorando, muito abalado e a gente foi tentar entender o que tinha acontecido. Depois, claro, ele contou que numa uma disputa de bola, falaram para ele: ‘Tomara que você seja deportado’.”

A frase batizou o livro recém lançado por Jamil Chade, “Tomada que você seja deportado: Uma viagem pela distopia americana”, da editora Noz.

Segundo Chade, os Estados Unidos passaram “anos e anos” promovendo a “discórdia, rachas e desinformação”, chegando ao momento em que “a sociedade, esse tecido social vive uma situação dramática”. Há tensão e tendência a uma radicalização no ar, com forte intolerância e pouco espaço para diálogo. “É muito perigoso a situação na qual nós estamos”.

“Eu, no livro, conto muitos desses episódios que antes eram vistos quase como anedotas. Agora não é mais isso. Agora é institucionalizado a xenofobia como uma estratégia de política pública. E é assustador. Então, sim, nós vamos ter operações não em qualquer lugar da cidade, mas nos locais da cidade onde a polícia sabe que são os imigrantes e latinos que trabalham.”

Na entrevista, Jamil Chade também falou sobre um multilateralismo americano sob pressão, com o país demonstrando uma tendência a ações unilaterais e uma potencial redução do seu apoio financeiro e institucional a organizações como a ONU, o que pode levar a “cortes brutais” e uma reconfiguração do cenário internacional.

Assista a entrevista abaixo:

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Last Update: 12/09/2025