Após graves denúncias de violências e estupros cometidos por militares das forças de ocupação “Israel” contra prisioneiros palestinos, nove militares israelenses, membros do grupo conhecido como Força 100, foram detidos para interrogatório pela Polícia Militar de “Israel” nessa segunda-feira, 29 de julho.

Os militares detidos eram carcereiros no campo de detenção de Sde Teiman, localizado no deserto do Neguev, na Palestina ocupada. Sde Teiman já foi comparado às prisões de Abu Graib e Guantánamo. Diante da pressão internacional e as condenações de “Israel”, Benjamin Netaniahu e seus ministros nas cortes internacionais, o governo sionista buscou apresentar algum tipo de resposta às gravíssimas acusações de crimes contra a humanidade que vem sofrendo.

O major-general Yifat Tomer Yerushalmi, advogado-geral militar de “Israel”, abriu uma investigação e ordenou a detenção dos nove militares acusados, que servirão de bode expiatório para a cínica e monstruosa política de genocídio israelense. A detenção dos militares israelenses causou fúria entre a população de extrema direita de “Israel” e de seus representantes no parlamento israelense, o Knesset. Ministros e parlamentares de extrema direita do governo Netaniahu também se manifestaram contra o que chamaram de “perseguição” aos seus “heróicos militares”.

Dezenas de manifestantes fascistas israelenses tentaram invadir os portões de Sde Teiman, mas foram rechaçados pela PM de “Israel”. Após os 9 militares detidos serem levados para outro local, a base militar de Beit Lid, a turba fascista fez nova tentativa de invadir o local, mas foi novamente rechaçada pela polícia militar de “Israel”, o que dá bem a dimensão da crise e do caos interno que “Israel” vive atualmente.

Netaniahu e seus chefes militares estão tentando apagar o incêndio e baixar a bola dos manifestantes enlouquecidos, pedindo calma e condenando as suas ações.

Os militares estão sendo acusados de estuprar um prisioneiro palestino, introduzindo uma barra de ferro em seu ânus. O prisioneiro foi hospitalizado com um forte sangramento no reto e está incapaz de andar.

Mesmo antes de 7 de outubro, grupos de direitos humanos documentaram abusos generalizados contra prisioneiros palestinos nas masmorras israelenses. Um advogado palestino relatou casos de estupros e torturas contra detentos palestinos, ainda neste mês de julho. Mas não ocorrem situações como esta apenas na sinistra prisão de Sde Teiman: na Cisjordânia ocupada e em “Israel”, pelo menos 12 palestinos morreram por causa de torturas e abusos nas prisões israelenses.

Um dos alicerces para os abusos contra os prisioneiros palestinos se encontra na própria legislação de “Israel”, que determina que um palestino pode ser detido por tempo indeterminado e sem qualquer acusação formal. A Anistia Internacional documentou e denunciou 27 casos de palestinos, incluindo mulheres e um menino de 14 anos, que ficaram presos por quatro meses e meio, sem poder fazer contato com seus familiares. “Israel” já deteve mais de 9 mil palestinos desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro.

A situação da tortura em “Israel” é tão grave e escandalosa que até mesmo nos meios de comunicação de “Israel”, como o jornal Haaretz, e naqueles órgãos da burguesia imperialista, como CNN, The Associated Press e The Washington Post, aparecem diversas reportagens relatando os constantes abusos e torturas que ocorrem nos cárceres israelenses contra os palestinos, inclusive mulheres e crianças.

A CNN reportou, baseada no depoimento de três israelenses que trabalharam em Sde Teiman, que palestinos detidos sem acusação foram vendados, espancados e mantidos em posição de estresse. Alguns prisioneiros tiveram membros amputados devido a ferimentos produzidos pelo uso constante de algemas.

Muhammad Abu Salmiya, diretor do Hospital de Al-Shifa de Gaza, quando foi libertado pelos israelenses, relatou que vários prisioneiros palestinos foram espancados até a morte em centros de interrogatórios de “Israel”.

A lista de atrocidades de “Israel” cometidas contra os palestinos é imensa, nauseante e já vem de longa data. O apoio incondicional dos EUA e da OTAN a essa barbaridade continua e dá carta branca a tudo isso, sempre em nome “da democracia, da liberdade e dos direitos humanos”.

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Última Atualização: 01/08/2024