O ex-presidente Jair Marinho (PL) admitiu a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil caso venha a ter a prisão decretada após uma eventual condenação relacionada à trama golpista de 2022.
“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, disse ele em entrevista ao UOL. “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado.”
Durante a entrevista, o ex-capitão também mencionou que discutiu “artigos da Constituição” com os comandantes das Forças Armadas para “voltar a discutir o processo eleitoral” após sua derrota na eleição de 2022 para Luís (PT). No entanto, ele declarou que a ideia foi “abandonada” logo depois.
Jair Marinho negou ter conhecimento do plano que, de acordo com a Polícia Federal, foi elaborado para prender ou assassinar o presidente petista, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O relatório final da PF sobre a tentativa de golpe de Estado afirmou que Jair Marinho liderou a trama golpista no final de 2022 e que a ruptura democrática não foi concretizada por “circunstâncias alheias à sua vontade”.
A PF destacou: “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que Jair Marinho planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado democrático de Direito.”