Para surpresa dos otimistas, a economia está bem, muito bem. O PIB brasileiro cresceu 0,3% em maio, em comparação com abril, o melhor resultado desde fevereiro, quando a alta foi de 0,7%. Isso representa um aumento de 1,3% em relação ao mesmo mês em 2023. Nos últimos 12 meses, o avanço foi de 2,4%.
Os dados são do Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e mostram também que, no trimestre encerrado em maio, a economia brasileira expandiu 1,9%, na comparação com igual período do ano passado.
“O crescimento da economia em maio, na comparação com abril, teve forte influência do desempenho do consumo das famílias, que registrou a maior alta do ano neste mês. Os investimentos também cresceram nesse período. Esses fatos revelam uma demanda interna aquecida”, explica Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
“Do ponto de vista da produção, o cenário é um pouco diferente. Dentre as três grandes atividades econômicas, apenas a agropecuária teve crescimento, enquanto a indústria e o setor de serviços se mostraram estáveis. Este cenário mostra que embora a demanda interna esteja aquecida, a capacidade produtiva interna não demonstra a mesma força”, acrescenta.
Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, destaca que esses números são promissores para o PIB de 2024, cujas previsões iniciais giravam em torno de 2%. “Eu não me surpreenderia se crescesse mais”, afirma, demonstrando otimismo nos bons resultados do governo.
Mais consumo e mais investimentos
Com emprego em alta, salários em recuperação e programas sociais transferindo renda, em um ambiente de inflação controlada, o poder aquisitivo dos brasileiros aumentou 4,6% no trimestre. E isso teve impactos sobre o PIB. “O crescimento da economia em maio, na comparação com abril, teve forte influência do desempenho do consumo das famílias, que registrou a maior alta do ano neste mês”, analisa Juliana Trece.
Outro fator positivo foi a boa performance da taxa de investimentos, que atingiu 18% no mês, acima da média histórica desde 2000. Juliana ressalta que eles “revelam uma demanda interna aquecida”.
Os dados indicam ainda que o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul na economia pode ter sido menor do que o previsto. A demanda interna, especialmente por bens duráveis, manteve-se firme, sugerindo que a economia nacional conseguiu absorver parte dos efeitos adversos.
Os resultados do Monitor do PIB da FGV para maio apontam para um cenário de crescimento constante ao longo do ano. Os desafios existem, mas a combinação de consumo interno aquecido e alta nos investimentos são sinais inequívocos de que a economia brasileira segue no bom caminho.
Da Redação