
A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) decidiu cancelar um curso voltado exclusivamente para homens após a proposta gerar ampla repercussão negativa entre servidores, especialmente mulheres. Intitulado “Homens Extraordinários”, o evento estava previsto para ocorrer em 18 de julho, na sede do órgão, e foi idealizado pela Diretoria de Qualidade de Vida da DPDF com o objetivo de promover “bem-estar e lazer” para o público masculino.
No entanto, a proposta foi considerada por parte do corpo funcional como uma ação excludente e machista, o que levou à revogação da atividade.
A iniciativa seria coordenada por um grupo formado majoritariamente por homens que ocupam cargos de chefia, o que acentuou o descontentamento das servidoras. Após a repercussão interna, a administração superior da DPDF emitiu uma nota oficial comunicando o cancelamento do curso.
O texto, encaminhado por e-mail aos colaboradores, reconheceu o desconforto causado e pediu desculpas formais: “Pedimos sinceras desculpas a todas e todos que se sentiram desrespeitados. A DPDF preza pelo diálogo aberto, pela escuta ativa e pela construção coletiva de ações que fortaleçam o ambiente institucional com base na justiça social”.

Ainda segundo a nota, o órgão reafirma seu compromisso com a promoção da igualdade de gênero, da diversidade e do respeito mútuo entre os servidores.
A DPDF também destacou que mantém projetos voltados à valorização das mulheres dentro da instituição, como o “Dia da Mulher” — que já realizou mais de 42 mil atendimentos — e o evento “Mulheres Inspiradoras”, promovido neste ano com o objetivo de reconhecer trajetórias femininas de destaque no serviço público.
O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de práticas institucionais mais inclusivas e sensíveis às pautas de equidade de gênero no setor público. Para parte dos servidores, a proposta do curso destoava dos princípios defendidos pela própria Defensoria, que historicamente atua em defesa dos direitos humanos e da justiça social.