A assinatura dos Acordos de Oslo, em 1993, pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP) representou uma capitulação vergonhosa do grupo palestino. Foi uma verdadeira traição à causa palestina.
Em 1991, se realizou, em Madri, uma Conferência Internacional de Paz, marco inicial das conversações diretas entre “Israel” e os países árabes acerca da Palestina. Até essa Conferência, a OLP era considerada pelos Estados Unidos e o conjunto dos países imperialistas como uma organização terrorista; da mesma forma “Israel” assim a considerava, até 1993, pouco antes da assinatura do novo acordo.
Em fevereiro de 1992, Yitzhak Rabin foi eleito presidente do Partido Trabalhista. Depois de sua vitória eleitoral nas eleições gerais do mesmo ano, começou seu segundo período como Primeiro-Ministro e ministro da Defesa. Foi ele quem conduziu as negociações de “paz” do lado israelense.
O plano de Oslo foi gestado por israelenses da esquerda sionista. Formavam parte do movimento trabalhista e haviam recebido instruções para ir mais além das posições tradicionais do movimento e buscar um acordo com a OLP a partir de uma solução que fosse aceitável para os partidos sionistas situados à esquerda do Partido Trabalhista”, afirma Ilan Pappé.
De outro lado, o acordo era fruto da guinada à direita da Organização pela Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat. A OLP chegou para a mesa de negociação com “Israel” partindo da premissa capituladora de que era inviável a proposta do estabelecimento de um Estado secular palestino baseado na totalidade do território da Palestina histórica.
Em 13 de setembro de 1993, o presidente dos EUA, Bill Clinton, trouxe ao jardim da Casa Branca o chefe do governo de “Israel”, Yitzhak Rabin, seu ministro das Relações Exteriores, Shimon Peres, e o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, para concluir a assinatura de um documento que supostamente sinalizava o fim de décadas de conflitos: o “Acordo de Oslo”, negociado secretamente na Noruega durante vários meses entre representantes israelenses e palestinos.
O acordo previa a retirada das forças armadas israelenses da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, assim como o direito dos palestinos ao autogoverno nas zonas governadas pela Autoridade Palestina. O governo palestino duraria cinco anos, de maneira interina, durante os quais o status seria renegociado.
Os Acordos de Oslo tinham a intenção criar a ideia de que o controle dos 22% da Palestina histórica passaria gradativamente para as mãos dos palestinos, numa espécie de “Estado palestino” constituído. Mas qual era a viabilidade de um Estado sem recursos hidráulicos, sem indústrias, com a agricultura destruída, sem infraestrutura de moradia, saneamento, educação ou transporte, e sem independência, sequer formal, para estabelecer relações comerciais exteriores?
Hoje, a Autoridade Palestina se mostra não apenas um fracasso na construção de um Estado Palestino, mas também uma instituição contrarrevolucionária, que colabora abertamente com as forças de ocupação sionistas.