O massacre palestino, apesar de ser conduzido em sua linha de frente pelo Estado israelense, é, antes de mais nada, fruto de uma grande operação internacional. Em apoio a essa operação criminosa, o conglomerado tecnológico Siemens, com sede em Munique, vem historicamente atuando junto do Estado sionista, com seus produtos espalhados em todo o território ocupado, assim como nos assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional, sendo possível encontrá-los nos sistemas de controle de tráfego e semáforos.
Em 2014, a subdivisão israelense da empresa, a RS Industries, venceu uma licitação para fornecer sistemas de controle de tráfego da empresa em todo o município de Jerusalém, ilegalmente ocupada desde 1967 por forças sionistas. A Siemens também é responsável por fornecer seus trens modelo DDEMU quando, em 2018, recebeu um contrato de US$ 1 bilhão da Israel Railways, para fornecer 330 vagões e trens elétricos como parte do projeto de eletrificação dos territórios israelenses, que inclui o trem rápido da linha Tel Aviv – Jerusalém. O projeto é altamente controverso, por invadir áreas da Cisjordânia, incluindo terras diretamente controladas por palestinos, porém destina-se ao uso exclusivo de israelenses.
Outro grupo israelense representante do monopólio alemão, o Orad Group, fornece equipamentos e tecnologia para o Serviço Prisional de Israel (IPS em inglês), sendo um importante instrumento de massacre do povo palestino, em especial a população carcerária. A Don’t Buy Into Occupation (DBIO), organização sem fins lucrativos que se posiciona contra a ocupação israelense na Palestina, afirma: “as atividades da Siemens são preocupantes por estarem ligadas ao fornecimento de serviços e utilidades que apoiam a manutenção e a existência de assentamentos.”
Ainda em 2004, o Orad Group forneceu um sistema de segurança perimetral baseado em tecnologia da Siemens para a prisão de Gilboa – um centro de detenção designado especificamente para prisioneiros políticos palestinos. A Siemens também fornece ao IPS um sofisticado sistema de detecção e extinção de incêndios.
Além das empresas europeias, a norte-americana Motorola que se tornou conhecida na primeira década dos anos 2000 por seus dispositivos eletrônicos, também atua junto das forças israelenses prestando serviços vitais à manutenção da barbárie feita pelo sionismo. A DBIO documentou meticulosamente o envolvimento da sucursal da Motorola em Tel Aviv na expansão dos assentamentos na última década.
A empresa americana colaborou decisivamente com as forças de ocupação israelenses, com o Ministério da Defesa e com os conselhos de assentamentos nos territórios ilegalmente ocupados. Um excelente exemplo dessa colaboração é o sistema de vigilância “MotoEagle”, projetado para monitorar os territórios ocupados pelos colonos, assim como bases militares das forças armadas israelenses, assim como supervisionar os muros que separam o território propriamente ocupado por “Israel” da prisão a céu aberto de Gaza.
Mais especificamente, estações de radar produzidas pela Motorola foram instaladas em terras palestinas ilegalmente apropriadas, restringindo o movimento das populações dessas áreas. Além disso, a Motorola é o principal fornecedor do Sistema Zramim, programa do Ministério da Defesa israelense, utilizado nos postos de controle israelenses para monitorar o transporte de mercadorias.
Motoristas, comerciantes e empresas de transporte palestinos são obrigados a registrar suas informações pessoais nesse sistema, permitindo que Tel Aviv monitore meticulosamente todos os pontos de entrada e saída.
Outro monopólio norte-americano de tecnologia, a Hewlett Packard Enterprise (HPE), é uma das empresas mais lucrativas dos EUA. No entanto, é menos conhecido que a HPE fornece e gerencia grande parte da infraestrutura tecnológica que sustenta o apartheid do Estado de “Israel”.
Por exemplo, a HPE fornece servidores “Itanium” e serviços de manutenção para a Autoridade de População e Imigração de Tel Aviv. Esta parceria gestou a informatização do sistema de postos de controle em “Israel”, permitindo armazenar grandes quantidades de informações sobre todos os palestinos com cidadania israelense, assim como residentes palestinos não-cidadãos, mas que habitam Jerusalém Oriental ocupada.
Além disso, a HPE é a principal fornecedora do sistema Basel, um sistema automatizado de controle de acesso biométrico empregado nos postos de controle israelenses, em especial no muro do apartheid de Gaza. As carteiras de identidade distribuídas pelo Basel são parte integrante da discriminação sistemática contra os palestinos como observamos.
Como podemos observar, o Estado sionista utiliza os desenvolvimentos tecnológicos fornecidos pelos centros imperialistas globais para manter a ocupação criminosa da Palestina, assim como automatizar seus serviços de espionagem e monitoramento. Torna-se claro que a bobagem dos direitos humanos, utilizada pela propaganda imperialista, se esfarela quando encontra a realidade de “Israel”.
O imperialismo é o principal fornecedor dos equipamentos bélicos utilizados pelas forças de ocupação, além de ser o único fiador político do Estado sionista, que não se sustenta sozinho.