O tenente-coronel Luís Silva, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), utilizou sua residência no Setor Militar Urbano, próxima ao Quartel-General do Exército em Brasília, para entregar um relógio Rolex, presenteado ao governo brasileiro, a outro assistente do ex-presidente. A área é conhecida por sua segurança reforçada.

De acordo com o colunista João Costa, do Metrópoles, a informação é baseada em mensagens, vídeos do aeroporto de Brasília e no depoimento de Pedro Santos, ex-assistente de ordens de Bolsonaro, conforme relatado pela Polícia Federal (PF).

No dia 2 de abril do ano passado, Silva chegou a Brasília com o relógio Rolex na mochila, que havia sido recomprado nos Estados Unidos por Carlos Oliveira, advogado da família Bolsonaro. Oliveira entregou o item de luxo a Silva no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, segundo o depoimento de Silva à PF.

A equipe de Bolsonaro estava em uma corrida para devolver à União os bens vendidos irregularmente, temendo uma decisão iminente do Tribunal de Contas da União (TCU).

Pedro Santos contou aos investigadores que, naquele dia, ele pegou Silva no aeroporto de Brasília e o levou até sua casa no Setor Militar Urbano. “Após o desembarque das filhas [de Silva], Silva aproximou-se do declarante [Santos] e lhe entregou o relógio Rolex de ouro branco”, afirmou Santos à PF.

A PF indiciou Bolsonaro, Silva, Oliveira, Santos e mais oito pessoas no inquérito das joias. Oliveira foi indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se vai denunciar os investigados ao STF.

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Última Atualização: 11/07/2024