No final de abril, a Justiça deu 45 dias para que o elefante do Zoológico Municipal de Sorocaba fosse retirado da instituição para ser levado para um local chamado Santuário de Elefantes do Brasil (SEB), localizado na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso.
O animal, chamado Sandro, é o único exemplar macho de elefante asiático vivendo no Brasil. Ele está no zoológico da cidade há 43 anos e tem 53 anos de idade, o que, segundo os biólogos, equivale a uma pessoa idosa de mais 80 anos.
A tentativa de retirada do elefante se estende pelo menos desde 2022. Na ocasião, o pedido foi negado. Agora, novamente impulsionado por entidades que se dizem de defesa dos “diretos dos animais”, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) moveu ação civil pública contra a Prefeitura de Sorocaba exigindo a retirada do elefante do zoológico alegando maus-tratos. A prefeitura recorreu e, graças a uma campanha levada adiante por biólogos e veterinários, a Justiça decidiu suspender o prazo de 45 dias para a retirada do elefante.
O caso acabou ganhando repercussão nacional. Personalidades da Rede Globo e outras figuras famosas apareceram em vídeos defendendo a saída do elefante. O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), saiu em defesa do zoológico da cidade e da permanência do animal. Isso foi suficiente para que boa parte da esquerda caísse no canto de sereia do pseudo ecologismo e passasse a defender a saída do elefante, sem se preocupar com os fatos científicos e políticos que estão por trás da polêmica.
Nesse dia 5 de agosto, matéria na Folha de S. Paulo, na coluna de Mônica Bergamo noticia nova investida dos pseudo defensores dos animais, dizendo que artistas da Globo ancabeçam manifesto para “pressionar a Justiça” pela transferência do elefante Sandro. Como fica claro, o caso está longe de ser resolvido e a insistência e amplitude da campanha, mobilizando pessoas famosas e a grande imprensa capitalista por uma suposta “causa animal”, mostram que há grande interesses econômicos e políticos na retirada do elefante.
“Se a Rede Globo defende, sou contra”. Parte da esquerda parece não ter nunca aprendido essa máxima da política nacional, muito útil para evitar posições políticas erradas, e principalmente para evitar que se seja manipulado por interesses dos poderosos que estão por detrás de campanhas como essa em questão.
O que realmente está em jogo nesse caso? Uma coisa é certa, a última preocupação dessa campanha levada adiante pelos “ativistas” da chamada “causa animal” é o bem-estar do elefante.
Por trás da campanha de “defesa dos animais” estão poderosos interesses de grandes capitalistas internacionais que financiam ONGs que lucram usando campanhas apresentadas como “progressistas”, mas que, na verdade, são reacionárias e anticientíficas, cujo objetivo é um ataque à soberania nacional, nesse caso, um ataque ao desenvolvimento científico do País.
‘Santuário’, mas pode chamar de ONG estrangeira
A primeira coisa que se deve entender é o que são esses tais “santuários” como este para onde querem enviar o elefante Sandro. Eles nada mais são do que ONGs estrangeiras que, em nome de uma ideologia pretensamente ecológica, estão interferindo na soberania nacional.
O objetivo desses “santuários” é um ataque contra os zoológicos, ou seja, contra importantes órgãos de desenvolvimento científico e tecnológico do país. Os zoológicos não são simplesmente locais para o lazer da população, o que por si só já cumpriria um papel social fundamental e já seria suficiente para justificar a sua existência, eles são polos de pesquisa científica essenciais para o desenvolvimento do País. Atacar os zoológicos é como atacar um centro de pesquisa em uma universidade.
Sob uma ideologia ecológica totalmente obscurantista, essas ONGs disfarçadas de “santuários” promovem um ataque frontal aos zoológicos e, consequentemente, à ciência.
Muito pior que a privatização dos zoológicos
Além de ser uma sabotagem do desenvolvimento científico do País, os tais “santuários” são uma privatização dissimulada dos zoológicos.
Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, especialista em zoologia e um dos principais nomes que estão levando adiante a denúncia contra os tais “santuários”, em depoimento exclusivo para o Diário Causa Operária (veja a entrevista completa no final do artigo), o termo “santuário” é apenas uma forma bonitinha de apresentar o empreendimento. Ele afirma que sequer há na legislação brasileira uma regulação sobre isso e que o que haveria são mantenedores especializados em resgate e conservação de animais silvestres que servem como apoio aos zoológicos e não como antagonistas a eles.
“O que a gente tem visto, afirma Henrique, é uma politização de mantenedores por atacarem os zoológicos e com o intuito de retirar os animais dos zoológicos. Uma coisa que serviria para dar apoio a animais que estão abandonados, agora está sendo utilizada para atacar e fechar os zoológicos, lembrando que essas ONGs podem receber muitos pix, muita verba e podem receber ainda emendas parlamentares”. “Esses mantenedores podem acabar servindo de zoológicos particulares e recebendo muito dinheiro da população através de doações.”
Enquanto fazem campanha contra o zoológico porque os animais estariam sofrendo maus-tratos e sendo “explorados”, os “santuários” são locais particulares onde os bichos obviamente também estão presos, mas estão distantes da maioria das pessoas, ou seja, quem poderá visitar e conhecer um animal como o elefante, algo tão importante para a educação ambiental e a pesquisa científica, serão somente pessoas selecionadas. Em suma, os bichos são retirados dos zoológicos, normalmente instituições públicas, e são levados para um local particular, financiado por grandes empresas multinacionais. Na prática, esses animais estão sendo roubados dos zoológicos, com apoio do Judiciário, para servir a interesses particulares.
Como tudo pode piorar, além de receber muito dinheiro de empresas multinacionais, como veremos a seguir, e fazer campanha de doações para os desavisados que acreditam no papo-furado da suposta defesa dos animais, esses “santuários”, ou melhor, zoológicos particulares, recebem verbas públicas. Isso não é segredo para ninguém. Essas ONGs atuam como poderosas lobistas no Congresso, câmaras municipais e assembleias legislativas, conseguindo emendas para seu favorecimento. Ou seja, o dinheiro público que deveria estar indo para melhorar os zoológicos e a pesquisa científica vai para o bolso de indivíduos disfarçados de ativistas.
Ainda segundo Henrique Abrahão Charles, “os zoológicos são imprescindíveis para preservação ambiental e educação ambiental. Além disso, eles estão atrelados a estudos. São dezenas de milhares de artigos científicos, dissertação de mestrado, tese de doutorado, tudo feito com análise de animais dentro dos zoológicos. Eles são imprescindíveis para o conhecimento dos animais e preservação ambiental”. O papel do zoológico é o exato oposto do que dizem os pseudo defensores dos animais. Eles são instrumento da preservação ambiental e das espécies animais, não o contrário.
Nos zoológicos o povo tem fácil acesso aos animais, no “santuário”, apenas os escolhidos têm acesso, ou seja, algo totalmente elitista. Rigorosamente falando, esses tais “santuários” são piores que um zoológico privatizado. A simples privatização ao menos mantém o zoológico próximo da população, os “santuários”, não.
Um empreendimento de grandes corporações internacionais
O tal SEB (Santuário de Elefantes Brasil), local para onde querem levar o elefante Sandro, se apresenta como uma organização “sem fins lucrativos”. Muito bonito, muito altruísta? Não! Uma breve pesquisa pelo portal na internet da organização nos levará aos principais “parceiros” do Santuário. O primeiro deles é nada mais do que a Porto Seguro, uma das maiores empresas de seguros do Brasil. É bom lembrar que empresa de seguros nada mais é do que uma variação de banco. Pelas fotos no portal, dá para ver que o transporte do último elefante que chegou ao “santuário”, uma fêmea vinda da Argentina, foi feito por um caminhão da Porto Seguro. Certamente, uma operação de transporte como esta não custa barato.

Outra empresa é a Amarula, marca que pertence ao superpoderoso cartel de bebidas Heineken, do qual faz parte também a Coca-Cola.
Aqui temos uma equação interessante: banqueiros, empresas multinacionais, Rede Globo. Só mesmo alguém muito ingênuo poderia acreditar que essas poderosas corporações estão preocupadas com o bem-estar dos elefantes, de qualquer animal e menos ainda do ser-humano. Isso explica, no entanto, porque esse “pobre e indefeso Santuário sem fins lucrativos” tem tanto poder a ponto de ganhar uma ação na Justiça contra a prefeitura de Sorocaba e mobilizar a grande imprensa capitalista.
Mas a coisa não para por aí. Também no portal do SEB está a informação de que o órgão é ligado a duas organizações internacionais: Elephant Voices e Global Sanctuary for Elephants.
Convido o leitor a pesquisar os portais de ambas as organizações. Entre os parceiros e patrocinadores estão marcas multinacionais muito suspeitas. Uma delas é a Multi Radiance Medical, uma empresa internacional que desenvolve e fabrica dispositivos de terapia a laser para uso em medicina humana e veterinária. A outra é a Absorbine, que produz uma variedade de produtos para cuidados com animais, especialmente equinos, incluindo linimentos, suplementos e produtos de higiene. A presença dessas empresas é interessante porque derruba totalmente um dos argumentos usados contra os zoológicos, de que eles “lucram” com a exploração animal simplesmente porque cobram ingresso. Quer mais exploração do que uma indústria farmacêutica dedicada a cuidados animais? E não é qualquer indústria, estamos falando de uma empresa especializada em desenvolver produtos veterinários para cavalos, que são animais caríssimos.
Não pode haver dúvidas de que toda a campanha em defesa dos elefantes serve apenas para esconder um empreendimento milionário, com interesses muito suspeitos.
Mas ainda tem mais. Entrando no portal de Elephant Voices, a revelação: a grande parceira da organização é a National Geographic, poderosa companhia norte-americana que atualmente pertence a ainda mais poderosa Disney. Será que a National Geographic ganha pouco dinheiro com a “exploração” animal? Há denúncias, inclusive, que em muitos dos vídeos produzidos por canais como a NG os animais são submetidos a manipulações para produzir um resultado esperado para satisfazer o público.
Segundo o site do SEB, a fazenda onde o tal “santuário” foi montado mede 1.200 hectares, que é o equivalente a 1.680 campos de futebol. O preço de uma fazenda desse tamanho no Mato Grosso pode oscilar entre 30 a 60 milhões de reais, isso se nivelarmos por baixo a média do valor do hectare no estado. Em suma, estamos diante de um enorme empreendimento. O mais intrigante de tudo: trata-se de uma enorme propriedade rural incrustada num estado dominado por grandes latifundiários, em que a luta pela terra por parte de camponeses e índios é encarniçada. Parece, no entanto, que os “ambientalistas” não passam pelos mesmos sacrifícios para conseguir um bom pedaço de terra por ali.
Os biólogos e demais cientistas sérios também denunciam que a criação de animais de grande porte, como os elefantes, naquele local, dominado pelo cerrado, é prejudicial ao meio-ambiente. O SEB, cinicamente, apresenta o ‘santuário” como a “liberdade para os elefantes” como se ali fosse sem habitat natural. Uma afirmação ridícula por si só, afinal, não existem elefantes na América. Mas não é só isso, a presença deles ali trará malefícios ao bioma e aos animais silvestres que vivem ali, afinal, qualquer pessoas que entende um pouco de biologia sabe que espécies exóticas (aquelas que não fazem parte daquele bioma) são prejudiciais àquele ambiente.
Em resumo, tudo não passa de mentiras para convencer os desavisados com argumentos até infantis. O que impressiona é que o IBAMA, que se mostra tão preocupado em punir qualquer coisa que acontece, autorizou uma aberração ambiental como é esse “santuário”. O mesmo IBAMA que quer impedir a exploração do petróleo na Margem Equatorial, autoriza uma aberração como esse “santuário”. Há que há de comum nos dois casos? O uso da ideologia ambiental contra o desenvolvimento nacional. O lobbie das ONGs e o dinheiro das multinacionais dominam o IBAMA.
Um golpe contra as instituições públicas
É óbvio que não estamos diante de uma luta entre ativistas idealistas que defendem pobres animaizinhos indefesos contra um malvado e todo-poderoso zoológico liderado por um prefeito de direita. É exatamente o oposto disso. O que está havendo é um poderoso esquema financeiro com poder suficiente para interferir no poder Judiciário e em instituições como o IBAMA, contra uma instituição pública de pesquisa científica.
A equação é conhecida: cria-se uma campanha histérica impulsionada por meios de comunicação poderosos como a Rede Globo para forçar a opinião pública e, ao mesmo tempo, pressionar as decisões do Judiciário, que acaba passando por cima da lei e, nesse caso, da própria argumentação dos técnicos especializados em zoologia, a maioria afirmando veementemente que a retirada do elefante do zoológico seria prejudicial para o animal.
Na política nacional isso vem acontecendo com maior intensidade desde pelo menos a derrubada do governo Dilma. Esses mesmos meios de comunicação colocaram em marcha a histérica “luta contra a corrupção”, bombardearam a chamada opinião pública até que o golpe fosse realizado, com o aval do Judiciário. Posteriormente, a prisão de Lula também ocorreu com o mesmo método, passando por cima de direitos básicos do cidadão para prender o então ex-presidente sem provas. Agora é a vez de Jair Bolsonaro passar pelo mesmo processo ilegal levado adiante pelo mesmo Judiciário. A histeria da vez é a de que Bolsonaro atenta contra a “democracia” e isso justificaria toda e qualquer medida absurda e ilegal do STF contra ele.
Vê-se aqui, por trás de todos os casos, os mesmos personagens: a Rede Globo, o Judiciário, empresas estrangeiras e ONGs. Cada campanha histérica serve aos interesses cegos de quem acha que está sendo beneficiado. A direita aplaudiu as arbitrariedades contra Lula e agora sofre com elas no caso Bolsonaro. A esquerda denunciou as arbitrariedades contra Lula e agora aplaude essas mesmas arbitrariedades contra Bolsonaro. A falta de princípios políticos de ambas as partes está levando o País a perder todas as garantias jurídicas e políticas. E quem se beneficia com isso: aqueles que querem ver o país totalmente subserviente aos interesses estrangeiros.
O caso do elefante é muito semelhante. Parte da esquerda embarcou de maneira totalmente acrítica na campanha pseudo ecológica de defesa dos animais. Isso piorou porque Rodrigo Manga é um prefeito de direita. Entre a Globo e a prefeitura, ficaram com a Globo. O problema aqui é que, nesse caso, o que está em jogo não é defender Rodrigo Manga, mas defender a instituição pública chamada zoológico. Qualquer pessoa que se diz progressista teria a obrigação de defender essa instituição de pesquisa. Porém, a ideologia pseudo ecológica tem confundido a cabeça de muita gente.
O biólogo Henrique Abrahão Charles mostra a escandalosa manipulação dos laudos emitidos para convencer o Judiciário a retirar o elefante do zoológico. Segundo ele, “o laudo que embasou a saída do Sandro não tem nada de confiável” e continua: “o primeiro laudo foi dado sem que o técnico fosse ao zoológico, ele fez de casa. O segundo laudo, que o Ministério Público chamou-o para refazer, corroborou com o primeiro, mas veja, contém as falhas do primeiro, porque o laudo coloca uma doença da elefanta Raísa, falecida anteriormente, como se fosse a do Sandro”.
Fica claro que estamos diante de mais um caso de manipulação de ONGs imperialistas contra a soberania nacional. Por trás de uma ideologia pseudo progressista e uma falsa preocupação com o meio-ambiente, estão ataques contra centros de pesquisa e favorecimentos de grandes corporações particulares que lucram com esses ataques.
O que esses ativistas apresentam como “defesa dos animais” não é nada mais do que um obscurantismo científico, uma ideologia reacionária. Reacionária porque anticientífica, mas travestida de progressista, o que torna tudo muito pérfido.
Diário Causa Operária: Do ponto de vista científico, o laudo que embasou a decisão de transferir o animal é confiável ou há contestações?
Henrique Abrahão Charles: A avaliação que fundamentou a saída de Sandro é, em minha opinião, questionável. Acredito que ela carece de confiabilidade, e você pode consultar os documentos no meu perfil do Instagram para verificá-los. O primeiro laudo foi elaborado sem que o técnico comparecesse ao zoológico, tendo sido feito de casa. O segundo laudo, solicitado pelo Ministério Público para revisão, manteve as conclusões do primeiro, mas replicou suas falhas. Por exemplo, o laudo atribui a Sandro uma doença que acometeu a elefanta Raísa, falecida anteriormente. Isso demonstra a falta de rigor na análise.
Ademais, considero que o avaliador demonstrou parcialidade. Ele foi estagiário no zoológico, tirou uma nota C, acho que ele foi o único que estagiou que tirou nota C, e não teve bons resultados, teve problemas lá. Apesar disso, aceitou a responsabilidade de conduzir a avaliação. Diante disso, a confiabilidade do laudo é comprometida. Além disso, o documento não apresenta o necessário rigor científico, carecendo de referências bibliográficas e da descrição da metodologia empregada.
DCO: Biologicamente falando, há diferença para o elefante viver no zoológico ou no chamado santuário, levando em consideração o argumento de que ele estaria preso no zoológico? O que são esses chamados Santuários? Você considera isso uma forma de privatização disfarçada dos zoológicos, que deveriam ser públicos?
Henrique Abrahão Charles: Não existe santuário, é uma palavra ‘fofa’ que inventaram. O que existem são mantenedores. Os mantenedores têm por ideia apoiar os Cetas, que são os Centros de Triagem de Animais e até mesmo os zoológicos. Esses animais não têm para onde ir e acabam sendo abordados nos mantenedores, que podem ser ONGs, ou às vezes até particulares, etc, para auxílio dos zoológicos, e aí com isso eles fazem um apoio, uma espécie de apoio, porque não tem onde colocar o animal. Porém, o que a gente tem visto é uma politização dos mantenedores, principalmente aqueles que recebem o nome de ‘santuário’, por atacarem os zoológicos e com o intuito de retirar os animais dos zoológicos, veja, uma coisa que serviria para dar apoio a animais que estão abandonados, agora está sendo utilizada para atacar e fechar os zoológicos, lembrando que essas ONGs podem receber muitos Pix, muita verba e podem receber ainda emendas parlamentares. É algo absurdo, né? Ou seja, esses mantenedores podem acabar servindo de zoológicos particulares e recebendo muito dinheiro da população via doações.
DCO: Do ponto de vista científico, defender os zoológicos é um ataque ao meio ambiente e às espécies, como dizem alguns que se apresentam como defensores dos animais, ou uma forma de preservação ambiental?
Henrique Abrahão Charles: Os zoológicos são imprescindíveis para a preservação ambiental. Primeiro, porque eles fazem educação ambiental. O primeiro tema que a gente tem com as crianças é conhecer para preservar. A partir do momento em que a criança conhece um animal, ela tem ideia de que aquele animal existe, que aquele ser existe e ela pode se interessar na preservação. Isso faz parte da educação ambiental, primeiro ponto. Segundo ponto, os zoológicos fazem parte de conservação ambiental. O panda, panda vermelho, Mico-leão-dourado só existem na natureza porque os zoológicos entraram em programas para a reintrodução desses animais. É assim, eu pego o mico-leão-dourado e distribuo determinadas quantidades em vários zoológicos pelo mundo inteiro. Depois, quando eu quero repovoar um local, eu posso pegar um animal de cada país para tentar aumentar a variabilidade genética, evitar o cruzamento intra-familiar. Então os zoológicos, eles vão apresentar esses animais para o mundo e ao mesmo tempo, eles repõem esses animais na natureza. Eles são imprescindíveis para a preservação ambiental e educação ambiental. Além disso, os zoológicos estão atrelados a estudos, são dezenas de milhares de artigos científicos, dissertação de mestrado, tese de doutorado, tudo feito com análise de animais dentro dos zoológicos. Eles são imprescindíveis para o conhecimento dos animais e preservação ambiental.