Bolsonaro recebe conselhos de Mauro Cid, um dos principais articuladores do golpe. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter discutido com militares a aplicação do artigo 142 da Constituição e a possibilidade de decretar estado de sítio ou estado de defesa.

Em entrevista à Revista Oeste, na quinta-feira (28), ele também fez um apelo ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que concedam anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado, argumentando que essa medida seria necessária para “pacificar o país”.

Bolsonaro afirmou que suas conversas com comandantes militares foram pautadas pela Constituição.

“Eu sou acusado de golpe desde 2019 […] Quando se fala em golpe, era golpe usando a Constituição”, declarou.

Ele confirmou os diálogos com militares: “Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força, eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. E eu discuti, sim, conversei. Não foi nenhuma discussão acalorada”.

No dia 21 de novembro, o ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de integrar uma “organização criminosa” que tinha como objetivo desestabilizar o Estado Democrático de Direito. Segundo o relatório, Bolsonaro teria utilizado órgãos e agentes públicos para fomentar ações golpistas. Outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Para Bolsonaro, as investigações carecem de fundamentos. “Falar de golpe de Estado com general da reserva, quatro oficiais e um agente da PF é outra piada. Como um todo, não tem prova de absolutamente nada. Eles não querem pegar o Braga Netto, o Heleno, eles querem pegar eu mesmo. Acham que eu sou o grande mal da democracia”, declarou.

Durante a entrevista, o ex-presidente fez um apelo por anistia como solução para o impasse político. Ele citou o exemplo da Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes cometidos durante a ditadura militar. “Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia. Em 1979, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido”, afirmou.

Bolsonaro concluiu pedindo que o STF reconsidere sua postura em relação aos investigados. “Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, por favor, repensem, vamos partir para uma anistia. Vai ser pacificado. Não querem pacificar? Pacifica”, declarou.

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Last Update: 30/11/2024