A atriz Miriam Margolyes, conhecida por seu papel em Harry Potter, e Tilda Swinton, atriz de Nárnia, estão entre as diversas personalidades que assinaram uma carta aberta condenando a decisão do governo do Partido Trabalhista do Reino Unido de banir o grupo Palestine Action. Essa iniciativa do governo sionista visa reprimir a solidariedade à Palestina e silenciar as vozes que denunciam os crimes de “Israel”. A carta, organizada por Artists for Palestine UK, surge após o anúncio da Secretária do Interior, Yvette Cooper, de sua intenção de procrever o Palestine Action sob a legislação antiterrorismo.
A medida do governo do Partido Trabalhista foi desencadeada depois que membros do grupo Palestine Action invadiram a base da Força Aérea Real (RAF) de Brize Norton, em Oxfordshire, e pintaram de vermelho dois aviões militares. Se aprovado, o banimento designaria o Palestine Action como uma organização terrorista, tornando a adesão ou o apoio público ao grupo um crime punível com até 14 anos de prisão. Esse tipo de ação repressiva busca desmobilizar movimentos de solidariedade, equiparando ativismo a terrorismo para justificar a perseguição política.
Juntamente com Miriam Margolyes e Tilda Swinton, outras figuras públicas de destaque assinaram a carta, incluindo o comediante Frankie Boyle, o ator e diretor Ken Loach, e o ator Steve Coogan. A carta aberta faz um apelo direto ao governo.
“Pedimos ao governo que retire a proscrição do Palestine Action e pare de armar Israel”. Essa declaração ressalta a cumplicidade do governo britânico com a ditadura sionista e a importância de cortar o fluxo de armamentos para o enclave imperialista.
A carta também foi lida publicamente pela cantora e compositora Nadine Shah durante sua apresentação no festival de Glastonbury, no último domingo (29), em um palco que exibia imagens da destruição em Gaza como pano de fundo. Essa manifestação cultural amplifica a denúncia contra a agressão de “Israel” e a política de silenciamento imposta por governos aliados ao sionismo.
Em resposta à tentativa de banimento, o Palestine Action está movendo uma ação judicial contra a proposta do governo. Os advogados do grupo confirmaram que o Tribunal Superior concedeu uma audiência de urgência para revisar a decisão. A ação foi apresentada pelo escritório de advocacia de direitos humanos Birnberg Peirce em nome de Huda Ammori, de 31 anos, cofundadora do Palestine Action.
Em uma audiência de urgência realizada na última segunda-feira (30) no Tribunal Real de Justiça, a equipe jurídica de Ammori declarou que buscaria “medida liminar” em uma audiência futura, agendada para a próxima sexta-feira (4). Se bem-sucedida, essa medida poderia bloquear temporariamente a ação do governo de proibir o grupo.