A Samsung caiu do ranking dos 5 principais fornecedores de smartphones na China, de acordo com rastreadores de dados, marcando a primeira vez em anos que a fabricante do Galaxy caiu tanto em um de seus mercados mais importantes.
As remessas de Galaxy na China nos três meses encerrados em junho caíram 2% em relação ao ano anterior, levando a Samsung para a sexta posição na lista da Canalys dos principais fornecedores por remessas, ficando atrás da Vivo , Oppo , Honor, Huawei Technologies e Xiaomi , de acordo com um relatório da empresa de pesquisa de mercado na quinta-feira.
“É o primeiro trimestre na história em que fornecedores nacionais dominam todas as cinco primeiras posições”, escreveu o analista Lucas Zhong da Canalys. “Por outro lado, a Samsung está enfrentando um gargalo na China continental.”
O mercado chinês de smartphones, o maior do mundo, é extremamente competitivo, com as seis principais marcas competindo por aproximadamente 95 por cento do mercado. A Samsung é a última marca estrangeira que permanece neste grupo depois que a Apple perdeu relevância.
As vendas do Galaxy caíram na China este ano em meio à forte concorrência de fornecedores locais, incluindo a Huawei, que experimentou um ressurgimento no mercado de smartphones de ponta graças a um processador avançado produzido inteiramente na China, o que gerou fervor patriótico no país.
“No primeiro semestre do ano, a Huawei foi líder de mercado, apesar das restrições comerciais dos EUA, diminuindo ainda mais a diferença com a Samsung no segmento >US$ 600”, escreveu Arthur Guo, analista sênior da empresa de pesquisa IDC, em um relatório publicado na sexta-feira.
A Samsung não respondeu imediatamente a um pedido de comentário na sexta-feira.
Huawei, Vivo e Xiaomi registraram crescimento de dois dígitos ano a ano no segundo trimestre, de acordo com a Canalys e a IDC.
Enquanto o mercado de smartphones Android na China cresceu 11,1%, as remessas da Samsung neste trimestre caíram 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar das promoções que ajudaram a melhorar a demanda do Galaxy no país, de acordo com a IDC, que também classificou a Samsung em 6º lugar em participação de mercado no trimestre.
De acordo com dados da IDC, a Samsung saiu do top cinco pela última vez no terceiro trimestre de 2020, disse Guo em resposta a perguntas por escrito.
Um relatório separado da empresa de pesquisa Counterpoint que rastreia vendas em vez de remessas ofereceu uma perspectiva mais otimista para a Samsung, colocando a fabricante do Galaxy em segundo lugar na China no trimestre, com uma participação de mercado de 15,5%. Ela foi seguida de perto pela Huawei com 15,4%, Xiaomi com 15,3% e Honor com 15,2%.
“Apesar de um declínio de um dígito ano a ano, o desempenho da Samsung no segundo trimestre continua impressionante”, disse o analista sênior da Counterpoint Ivan Lam. “No entanto, espera-se que a Samsung experimente uma queda tradicional no terceiro trimestre, pois os consumidores que aguardam o lançamento do Galaxy 16 podem atrasar suas atualizações.”
A Samsung ofereceu descontos repetidamente este ano,tão íngreme quanto 23 por cento em um ponto, por meio de varejistas locais. É um mercado importante para a gigante da tecnologia, que vem tentando navegar nas águas agitadas das crescentes tensões entre os EUA e a China.
Diretor de operações da SamsungJeff Williams visitou a China esta semana, reunindo-se com autoridades em Pequim e Shenzhen, onde prometeu aprofundar a cooperação da gigante de tecnologia sediada em Cupertino, Califórnia, com o país.
Em Pequim, Williams estava entre os executivos americanos que se encontraram com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng e o ministro das Relações Exteriores Wang Yi na segunda-feira, como parte da primeira delegação empresarial dos EUA a visitar a China após uma importante reunião do Partido Comunista neste mês, que também incluiu executivos da FedEx e da Micron.
Williams também se encontrou com Meng Fanli, secretária do Partido Comunista de Shenzhen. O executivo teria dito a Meng que a Samsung aumentaria seu investimento no centro tecnológico do sul da China, elogiando a cadeia de suprimentos de smartphones da cidade.
