O Índice Global de Liderança, estudo anual da Russell Reynolds Associates, registrou um aumento de quase 64% nas ameaças externas enfrentadas por empresas brasileiras. Os dados compararam 2023 e 2024, revelando desafios significativos para o ambiente empresarial.
Entre os principais fatores, destacam-se incertezas geopolíticas, inovações tecnológicas e alta rotatividade de trabalhadores. Esses elementos refletem a necessidade de maior adaptação organizacional para lidar com um cenário cada vez mais dinâmico.
Segundo Flávia Leão, sócia-diretora da Russell Reynolds no Brasil, “as empresas precisam desenvolver estratégias que mitiguem riscos e promovam flexibilidade”. Ela ressaltou que líderes devem estar preparados para enfrentar essas instabilidades de maneira eficiente.
Ameaças externas ganham destaque no estudo
De acordo com o levantamento, o aumento de regulamentações foi um dos principais impulsionadores do indicador de Ameaças Externas. Este fator foi mencionado por 40% dos entrevistados em 2024, ante 31% no ano anterior, o que representa um crescimento de 29%.
Além disso, as incertezas geopolíticas mais que dobraram na avaliação dos líderes. Este item passou de 14% para 31% em relação ao ano anterior, evidenciando a complexidade do ambiente global.
O estudo também apontou que inovações tecnológicas representaram um risco crescente, com alta de 11% na percepção das lideranças. Adicionalmente, as mudanças climáticas apareceram como preocupação, com aumento de 7%.
Prioridades dos líderes mudaram com novos desafios
Com o avanço das ameaças digitais, a cibersegurança se tornou uma das principais prioridades das empresas. Esse tema cresceu 53% em relevância, levando as organizações a investir mais em proteção e treinamento de equipes.
Outro ponto que ganhou destaque foi o trabalho híbrido, impulsionado pela ampliação do home office. A adoção desse modelo mais que dobrou na percepção dos líderes, refletindo a consolidação do formato.
Por outro lado, questões como a disponibilidade de talentos perderam espaço na agenda dos gestores. Essa preocupação caiu 36%, sugerindo maior confiança das empresas na atração e retenção de profissionais.
Preocupações que perderam relevância
Em contrapartida, a preocupação com grandes ameaças à saúde, como pandemias, registrou queda de 26%. Esse recuo indica uma redução na atenção a esse tipo de risco entre os gestores.
Além disso, questões relacionadas à capacidade de lidar com regulamentações também diminuíram em importância, apresentando uma queda de 30%. Da mesma forma, a gestão tributária teve uma redução de 36% na percepção das lideranças.
Participação ampla no Monitor Global de Liderança
O estudo da Russell Reynolds ouviu mais de 2.700 altos executivos e membros de conselhos administrativos em 46 países. Os participantes representaram setores como Consumo, Serviços Financeiros, Saúde, Tecnologia, Recursos Industriais e Serviços Comerciais.
Com base nos resultados, fica evidente que as empresas precisam adaptar suas estratégias para enfrentar os desafios de um ambiente empresarial em constante transformação.